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Para EUA, onda de ataques aconteceu no Rio
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Autoridades ligadas ao turismo estão revoltadas com um
erro do site do Departamento
de Estado Americano, em que
um alerta aos viajantes que
pretendem visitar o Rio, publicado em maio, descreve a cidade como palco de ataques a autoridades e a prédios públicos
-ocorridos em São Paulo.
Acessada por turistas americanos, a página contém informações de quase todos os países do mundo. Quem lê o texto
sobre o Brasil se assusta com os
cuidados sugeridos para transitar nos grandes centros e até
"nas áreas rurais".
No trecho que reserva ao Rio,
o Departamento de Estado
Americano erra ao afirmar que
"esforços recentes de chefes do
tráfico de drogas para externar
seu poder fora de suas celas resultaram em sérios distúrbios
na cidade: violência dirigida
contra as autoridades e crimes
contra a propriedade, incluindo atentados a tiros e explosões
na madrugada próximas a hotéis e restaurantes freqüentados por turistas". O texto ressalta que não houve turistas
americanos feridos.
O secretário estadual de Turismo, Sérgio Ricardo de Almeida, preocupa-se com os
prejuízos econômicos que as
informações erradas possam
gerar no Rio de Janeiro. Ele entrou em contato com a cônsul
para Educação, Cultura e Imprensa do Consulado do Rio,
Catherine Jarvis, e pediu que a
informação veiculada no site
fosse corrigida o quanto antes.
O secretário municipal de
Turismo, Rubem Medina, considera que, mais grave que o erro geográfico, é a veracidade da
violência. Ele disse não acreditar que os turistas recorram à
página do governo americano
para se informar sobre os países que visitam. "É grave, e pedimos uma retratação. O Rio é a
porta de entrada do país e é a
sua maior propaganda."
O texto sobre o Brasil no site
americano é recheado de alertas: "O crime chegou a níveis
muito elevados", "com taxa de
homicídio quatro vezes superior à dos EUA", que "continuam a crescer".
Se o turista quer visitar
"praias, hotéis, discotecas, bares, clubes noturnos e estabelecimentos similares" deve ficar
atento, já que "são os locais onde há maior índice de crimes".
Apesar de o risco de sofrer algum tipo de violência ser maior
à noite, o crime pode acontecer
também de dia, e nem "as áreas
mais seguras da cidade estão
imunes aos ataques".
Nos aeroportos, recepções de
hotéis, estações de ônibus e outros locais públicos, há punguistas. Furtos de bagagem e de
laptops também são comuns.
O consulado dos EUA no Rio
informou que vai reavaliar o
conteúdo do site para consertar
a informação sobre os ataques
ao Rio e disse não saber informar qual setor é responsável
por elaborar os textos publicados nem como as informações
são colhidas. Até a conclusão
desta edição, o texto não havia
sido alterado.
Problemas cariocas
O Rio já foi alvo de ataques de
traficantes presos, há cerca de
quatro anos, quando prédios
públicos foram atingidos por tiros, embora em uma intensidade menor do que as ações do
PCC em São Paulo.
Entretanto, o problema que
afeta o turismo na cidade maravilhosa hoje é outro. São os assaltos a turistas, como o que na
semana passada provocou a
morte de um jovem português,
que tomam as páginas de jornais do mundo todo.
O número de assaltos forçou
a PM a intensificar o policiamento ostensivo nos corredores turísticos, em especial na
avenida Atlântica, em Copacabana -onde estão concentrados os assaltos.
O roubo a turistas no Rio
cresceu 6,5% no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o mesmo período
do ano passado. O número de
furtos cresceu 7,6%.
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