São Paulo, Quinta-feira, 26 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM altera esquema de policiamento

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

O comandante-geral da PM de São Paulo, coronel Rui César Melo, determinou ontem que, em caso de tumulto, fosse alterado o esquema de policiamento na Câmara Municipal para evitar o contato de manifestantes com policiais não treinados em contenção de distúrbios civis, conforme aconteceu anteontem.
No primeiro dia de protestos de motoristas e perueiros, PMs da tropa de choque não foram os únicos policiais, de acordo com a recomendação da corporação, a entrar em confronto com manifestantes em frente à Câmara.
O protesto também foi contido por policiais do patrulhamento normal da área central.
Policiais dos batalhões de bairros (encarregados do patrulhamento regular) usam revólveres e não têm capacetes, escudos à prova de balas e armas que disparam balas de borracha. Eles também não possuem treinamento recente para enfrentar distúrbios civis.
Já os PMs dos pelotões de escudeiros da tropa de choque não andam armados -só os oficiais. Eles usam capacetes, escudos e coletes à prova de balas.
No entanto, PMs armados pertencentes ao patrulhamento normal enfrentaram manifestantes e até sacaram revólveres, conforme foi flagrado fotograficamente.
O primeiro cordão de isolamento foi formado por policiais de área. O segundo cordão, junto à entrada da Câmara, foi composto por policiais da tropa de choque.
"Em razão dos fatos de ontem (anteontem), determinei a alteração do policiamento em frente à Câmara. A orientação foi de inverter os cordões de isolamento, em caso de tumulto. A tropa de choque formaria o primeiro cordão, em contato com o público, e o policiamento de área, o segundo cordão", disse o coronel Melo.
Segundo ele, a recomendação é que policiais de área não se envolvam com manifestantes. "Mas, no início da confusão, é possível que alguns dos policiais de área acabem agindo", disse o coronel.
Segundo o comandante do choque, coronel Osvaldo de Barros Jr., os policiais de área são instruídos a não reagir a ataques de manifestantes e a deixar que sejam substituídos pelos PMs da tropa de choque, em caso de confronto.


Texto Anterior: Para Bezerra, cidade não comporta perua
Próximo Texto: Decisão sobre CPI em SP é adiada pela sexta vez
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.