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ADMINISTRAÇÃO
Marta Suplicy dá receita 31% maior para secretarias de Saúde, Educação, Trabalho e Assistência Social
Em ano de eleição, SP amplia gasto social
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta de Orçamento para
2002 que Marta Suplicy (PT) enviará à Câmara até sexta-feira privilegiará, em um ano de eleições,
sua principal promessa de campanha e, de quebra, bandeiras de
seu partido: a área social e os moradores de baixa renda.
Somadas, as receitas das "secretarias sociais" -Saúde, Educação, Trabalho (projeto sociais) e
Assistência Social- terão aumento de 30,94% no ano que
vem. A receita total dessas secretarias passará de R$ 2,66 bilhões
para R$ 3,49 bilhões, segundo os
dados da proposta orçamentária
obtidos pela Folha.
Comparativamente, o salto em
receitas que a área social terá é
bem maior que o do Orçamento
total, que passará de R$ 8,1 bilhões para R$ 9,5 bilhões -cerca
de 17% mais graças ao aumento
da arrecadação própria, à previsão de redução de sonegação de
ISS (Imposto Sobre Serviços) e à
adoção do IPTU progressivo.
Esses números não impressionaram a prefeita, que, desde o ano
passado, bate na tecla e reclama
do comprometimento financeiro
da Prefeitura de São Paulo.
Apesar de a proposta prever
uma receita de cerca de 10% do
Orçamento para investimentos
no ano que vem (R$ 950 milhões),
ela quer mais verba para esse fim,
e já elegeu seus alvos.
Marta não se conforma, por
exemplo, em ter que destinar R$
1,14 bilhão do Orçamento para
2002 a pagamento de parcelas da
dívida renegociada na gestão passada com o governo federal.
Esse valor não inclui outros 20%
da dívida de R$ 10,5 bilhões renegociada. A quantia também teria
de ser paga no ano que vem, mas a
administração petista já declarou
que não terá condições de honrar
o compromisso assumido.
Com os projetos sociais, o lema
é completamente oposto. Só com
o aumento de verbas destinadas
aos programas lançados neste
ano, será possível dobrar o número de famílias que são atendidas
pelo Renda Mínima.
O programa, que complementa
o salário de famílias com renda
até três salários mínimos e com filhos na escola, deverá atender este
ano um total de 60 mil famílias.
Com o atendimento de 120 mil
famílias, Marta pode terminar seu
segundo ano no comando da Prefeitura de São Paulo distribuindo
renda para cerca de 38% das estimadas 309 mil famílias que vivem
na cidade com renda até R$ 540.
Para a área de educação, Marta
reservou receita suficiente para
construir, por exemplo, cem
Emeis -as escolas para educação
infantil. No total, serão investidos
em escolas R$ 112 milhões, segundo prevê o Orçamento de 2002
que vai para o Legislativo.
Para as administrações regionais, que devem virar subprefeituras no ano que vem, foram reservados R$ 210 milhões para investimento e custeio.
A peça orçamentária prevê também que parte das secretarias perderá receitas. Mas as maiores porcentagens estão ligadas a mudanças ocorridas na administração
(veja quadro acima).
As verbas da Secretaria da Assistência Social, por exemplo, caíram porque as despesas com creches passarão a ser de responsabilidade da Educação em 2002.
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