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ADMINISTRAÇÃO
Parte da própria bancada petista é contra essa proposta da prefeita para o Orçamento do próximo ano
Marta defende remanejamento de 15%
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy defendeu ontem uma proposta que pode garantir à administração uma
margem de 15% de remanejamento do Orçamento. Esse índice
determina a porcentagem de recursos que pode ser redistribuída
sem consulta à Câmara.
"Não estamos propondo remanejamento para fazer qualquer
coisa de escamoteação. É para ter
uma garantia de aplicar direitinho
a prioridade do Orçamento", disse Marta, argumentando que a taxa é usada só em casos de não-confirmação de receitas previstas.
Na Câmara, a proposta orçamentária deverá enfrentar resistência da base governista e até da
própria bancada petista.
Um dos pontos mais polêmicos
será a taxa de remanejamento. O
secretário das Finanças, João Sayad, afirmou anteontem que o índice deve ficar entre 10% e 15%.
Essa taxa contraria a posição
histórica de petistas nos governos
de Celso Pitta (PTN) e Paulo Maluf (PPB). Nos últimos anos, a
bancada do PT se uniu ao PSDB e
votou por um índice de 1%, mas
perdeu nas votações na Câmara.
No ano passado, petistas defenderam 15% para Marta em 2001 e
um índice bem menor a partir de
2002. A justificativa para a manutenção desse índice em 2002, segundo Sayad, é a possível recessão
econômica no país.
Os vereadores petistas Carlos
Giannazi e Nabil Bonduki não
concordam com essa explicação.
Os dois defendem um índice abaixo de 10%. "Em tese, a taxa deveria ficar entre 3% e 4%. Pode subir, dependendo dos projetos da
prefeitura, mas 15% é demais",
disse Giannazi. "Defendo 2%,
chegando no máximo a 8%", afirmou Bonduki.
Os petistas Devanir Ribeiro e
Aldaíza Sposati também são contra um índice de 15%, mas afirmam que vão analisar a proposta
antes de tomar uma posição.
O vereador Eliseu Gabriel
(PDT), vice-líder do governo e
presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara,
também discorda dos índices divulgados por Sayad. "Para mim,
não deveria passar de 7%."
A comissão vai analisar a proposta orçamentária antes de ela
ser votada em plenário, o que tem
de ocorrer até o final do ano. Na
votação, a proposta pode ser alterada pelos vereadores.
"A fixação do remanejamento
tem de levar em conta as possíveis
estabilidades econômicas", afirmou o líder do governo, José
Mentor (PT), que defende um índice entre 10% e 15%.
O líder da bancada do PSDB,
Gilberto Natalini, disse que o partido deve votar pela taxa de 1%,
como a legenda e o PT fizeram na
gestão Pitta e Maluf.
(GILMAR PENTEADO e JOÃO CARLOS SILVA)
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