São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2001

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TRANSPORTE
Projeto de lei da prefeitura prevê 4.984 vagas na cidade e a implantação de um sistema integrado de linhas
Nova proposta reduz atuação de perueiros


GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova proposta da Prefeitura de São Paulo para reorganizar o transporte coletivo reduz a atuação de perueiros legalizados na cidade. O projeto de lei com as mudanças chegou ontem à Câmara Municipal e vai tramitar em regime de urgência.
Existem hoje cerca de 6.000 perueiros legalizados em caráter provisório, segundo dados da Secretaria dos Transportes. Só que o projeto que prevê a implantação de um sistema integrado estabelece 4.984 vagas para o chamado subsistema local -onde os perueiros devem atuar.
Esse dado contraria as primeiras informações do governo, que apontavam para a oferta de também 6.000 vagas no novo sistema.
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, afirmou, no entanto, que manterá todos os atuais perueiros rodando. "São 4.984 inicialmente, mas vamos ampliar esse número", disse.
Apesar disso, esse número é maior que o previsto no projeto elaborado, no ano passado, pelo ex-prefeito Celso Pitta (PTN), que estabelecia o aproveitamento de 4.042 perueiros legalizados.
As vagas do subsistema local vão ser disputadas por "pessoas físicas, operadores individuais organizados ou não em cooperativas, proprietários ou co-proprietários de veículos de transporte coletivo de passageiros".
De acordo com o líder do governo na Câmara Municipal, vereador José Mentor (PT), isso quer dizer que esse sistema vai ser operacionalizado por ônibus, microônibus, miniônibus e peruas. Ou seja: os perueiros atuais ainda vão ter de disputar essas vagas com outros interessados.
Conforme a Folha publicou na edição do dia 11 de agosto, os perueiros legalizados ainda vão ter um prazo fixado pelo município para substituir vans e peruas por microônibus e miniônibus.
O projeto do Executivo prevê a criação de um sistema integrado de transporte coletivo em São Paulo. Com isso, o transporte vai ser dividido em subsistema estrutural -linhas com demandas maiores que liguem diversas regiões da cidade- e subsistema local, formado por linhas para atender demandas internas de uma mesma região e que alimentem o subsistema estrutural.
Pelo projeto, a concessão -exploração que pode ser precedida de obras públicas, nos casos de linhas estruturais- vai valer por 25 anos e a permissão -no caso de linhas locais- por sete. Tanto a concessão quanto a permissão ocorrerão por meio de licitação.
O regime de urgência, pedido para o projeto, prevê a votação da proposta pelo plenário em 30 dias, tendo ou não pareceres das comissões técnicas da Câmara.
Depois disso, o serviço de transporte ainda tem de ser regulamentado por meio de um decreto da prefeitura. Os atuais contratos do transporte coletivo vencem em abril do ano que vem.


Colaborou ALENCAR IZIDORO, da Reportagem Local, e o "Agora"

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