São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2001

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CÂMARA MUNICIPAL

Falta de resultados frustra vereadores

CPI do Lixo completa 30 dias de trabalho sem apresentar novidades

DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores governistas e oposicionistas que integram a CPI do Lixo na Câmara Municipal de São Paulo chegaram, pela primeira vez, a um consenso: os primeiros 30 dias da investigação "frustaram as expectativas".
Com justificativas diferentes, vereadores pró e contra a administração da prefeita Marta Suplicy (PT) afirmam que os depoimentos não levaram a nenhuma conclusão até agora.
A CPI, que chegou a convocar dois ex-funcionários municipais mortos, foi instalada no dia 23 de agosto. Foram oito depoimentos, mas nenhuma novidade, segundo governistas e oposicionistas.
A CPI tem mais dois meses de atuação, com a possibilidade de prorrogação por mais três. O objetivo é investigar contratos de lixo dos governos de Jânio Quadros, Luiza Erundina (PSB), Paulo Maluf (PPB), Celso Pitta (PTN) e Marta Suplicy.
"Claro que estou frustado com os resultados. Ainda não pegamos o fio da meada", afirmou o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL), relator-geral da CPI. A declaração foi feita ontem, depois do depoimento de Alfredo Buso, ex-diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) na gestão de Marta.
O vereador oposicionista Roberto Tripoli (PSDB) afirmou que a investigação não avançou porque a prefeitura está demorando em repassar as informações. "Pedi dados há 30 dias que ainda não vieram." Ele também afirmou que os governistas da CPI -principalmente o presidente, Devanir Ribeiro (PT)- estão sendo parciais no comando dos trabalhos.
"Estão procurando pêlo em ovo. Se os vereadores não se preparam para o depoimento, o que eu posso fazer?", disse Devanir Ribeiro. Ele afirmou que a falta de preparo dos vereadores, governistas e oposicionistas, dificulta o trabalho. "Esperava que os vereadores fossem mais incisivos em suas perguntas", disse.
Ontem, vereadores bateram boca no final do depoimento. O momento de maior confusão ocorreu quando alguns oposicionistas quiseram saber os nomes de assessores da prefeitura que acompanhavam o ex-diretor do Limpurb na Câmara Municipal.
Buso foi o primeiro membro da gestão Marta a ser ouvido. Ele negou irregularidades na contratação emergencial, em janeiro, de 16 empresas para os serviços complementares de limpeza.
O ex-diretor do Limpurb disse que deixou o cargo porque sofre de pressão alta. "Esse cargo é um dos mais complicados da administração", afirmou. (GILMAR PENTEADO)


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