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CÂMARA MUNICIPAL
Falta de resultados frustra vereadores
CPI do Lixo completa 30 dias de trabalho sem apresentar novidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereadores governistas e oposicionistas que integram a CPI do
Lixo na Câmara Municipal de São
Paulo chegaram, pela primeira
vez, a um consenso: os primeiros
30 dias da investigação "frustaram as expectativas".
Com justificativas diferentes,
vereadores pró e contra a administração da prefeita Marta Suplicy (PT) afirmam que os depoimentos não levaram a nenhuma
conclusão até agora.
A CPI, que chegou a convocar
dois ex-funcionários municipais
mortos, foi instalada no dia 23 de
agosto. Foram oito depoimentos,
mas nenhuma novidade, segundo
governistas e oposicionistas.
A CPI tem mais dois meses de
atuação, com a possibilidade de
prorrogação por mais três. O objetivo é investigar contratos de lixo dos governos de Jânio Quadros, Luiza Erundina (PSB), Paulo Maluf (PPB), Celso Pitta (PTN)
e Marta Suplicy.
"Claro que estou frustado com
os resultados. Ainda não pegamos o fio da meada", afirmou o
vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL), relator-geral da CPI. A
declaração foi feita ontem, depois
do depoimento de Alfredo Buso,
ex-diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) na
gestão de Marta.
O vereador oposicionista Roberto Tripoli (PSDB) afirmou que
a investigação não avançou porque a prefeitura está demorando
em repassar as informações. "Pedi dados há 30 dias que ainda não
vieram." Ele também afirmou
que os governistas da CPI -principalmente o presidente, Devanir
Ribeiro (PT)- estão sendo parciais no comando dos trabalhos.
"Estão procurando pêlo em
ovo. Se os vereadores não se preparam para o depoimento, o que
eu posso fazer?", disse Devanir
Ribeiro. Ele afirmou que a falta de
preparo dos vereadores, governistas e oposicionistas, dificulta o
trabalho. "Esperava que os vereadores fossem mais incisivos em
suas perguntas", disse.
Ontem, vereadores bateram boca no final do depoimento. O momento de maior confusão ocorreu quando alguns oposicionistas
quiseram saber os nomes de assessores da prefeitura que acompanhavam o ex-diretor do Limpurb na Câmara Municipal.
Buso foi o primeiro membro da
gestão Marta a ser ouvido. Ele negou irregularidades na contratação emergencial, em janeiro, de 16
empresas para os serviços complementares de limpeza.
O ex-diretor do Limpurb disse
que deixou o cargo porque sofre
de pressão alta. "Esse cargo é um
dos mais complicados da administração", afirmou.
(GILMAR PENTEADO)
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