São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

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Professora relata preconceito na adolescência

DA REPORTAGEM LOCAL

Bolinhas ásperas pelo corpo, coceira, feridas nas pernas, nos braços e nas mãos. Apelidos jocosos, médicos, cortizonas, simpatias e hospitais. E dezenas e dezenas de perguntas se havia tomado sol demais, sem proteção, no rosto.
Essas referências, todas ligadas à dermatite atópica, constam no diário que professora Mirian Vasconcellos escreveu na adolescência. Também aparecem nos contos que escreve na vida adulta.
"Foi um período difícil, de muito choro, tristeza e preconceito. Especialmente porque a dermatite estava na cara. Não dava para esconder. As pessoas achavam que era contagioso", lembra Mirian.
Para piorar, em razão das coceiras incessantes na região dos olhos, ela teve um problema visual agravado e precisou fazer um transplante de córnea.
Hoje, casada e mãe de dois filhos, Mirian diz que ter superado a doença, apesar das limitações que a dermatite ainda lhe impõe, como a impossibilidade de usar maquiagem.
"A atopia apenas faz parte de mim. Eu não sou a atopia. Hoje sou bem resolvida", costuma repetir. Essa lição que ela tenta ensinar ao filho caçula, Leonardo, 12, que herdou a doença da mãe. (CC)


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