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Após explosão, lojas de fogos viram alvo de blitze
Em Santo André, operação da prefeitura e da polícia fechou 11 estabelecimentos
Com a repercussão do acidente, o prefeito de SP, Gilberto Kassab, pediu levantamento de todas as lojas de fogos de artifício
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
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Homem carrega um colchão que estava em uma das casas destruídas em decorrência da explosão da loja de fogos de artifício, anteontem, em Santo André
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia depois da explosão
em uma loja irregular de fogos
de artifício que deixou dois
mortos e 15 feridos e interditou
30 casas, as prefeituras de Santo André, onde ocorreu o acidente, e de São Paulo iniciaram
uma ofensiva para fechar estabelecimentos de comércio ilegal de explosivos.
Ontem, policiais e fiscais da
prefeitura realizaram uma megablitz, em que fecharam e notificaram 11 lojas clandestinas
em Santo André. A operação foi
motivada por uma série de denúncias encaminhadas por moradores de todas as partes da cidade que ficaram assustados
com a explosão.
Segundo a Prefeitura de Santo André, não há nenhum estabelecimento em todo o município autorizado a vender fogos
de artifício. Mas não há fiscalização. O secretário de Comunicação, Alexssander Soares, declarou que a prefeitura desconhecia a existência dessas lojas.
"A fiscalização só pode agir se
for provocada", afirmou.
A suspeita é que, pela dimensão do acidente, o dono da loja
-que está foragido- armazenava explosivos.
Também ontem, diante da
repercussão do acidente, o prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), determinou
que as 31 subprefeituras entreguem até quarta-feira um levantamento de todas as lojas de
fogos de artifício em suas áreas.
O secretário de Controle Urbano de SP, Orlando de Almeida, afirmou que, a partir dessas
informações, a prefeitura estudará fazer restrições à venda
desses produtos, podendo até
mesmo decidir pela proibição.
Em São Paulo, há ao menos
180 lojas clandestinas de fogos,
estima a Assobrapi (Associação
Brasileira de Pirotecnia). Há 80
estabelecimentos autorizados
pela Polícia Civil a funcionar.
O problema não é falta de legislação, diz o diretor técnico
da Assobrapi, Valter Jeremias.
"As leis municipal, estadual e
federal são bastante rígidas.
Por isso, pode haver vários
clandestinos que não conseguiram se adaptar a essas regras."
A venda irregular de fogos leva a multa de R$ 4.000, além da
interdição do imóvel.
Tudo ilegal
De acordo com a Prefeitura
de Santo André, o único estabelecimento que havia requisitado licença para a venda de fogos
foi justamente o que explodiu.
A loja Pipas & Cia. chegou a
obter alvará, válido até junho
de 2003. Ficou irregular na
prefeitura por mais de seis
anos, embora tivesse autorização dos bombeiros e da Polícia
Civil para vender os fogos.
Em abril deste ano, a prefeitura recebeu um e-mail anônimo denunciando que a loja
vendia fogos. Fiscais foram ao
local e deram um prazo para
que o dono regularizasse a situação da loja.
Ela tinha todos os documentos necessários, mas não foi
apresentada a autorização do
Corpo de Bombeiros.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, ROGÉRIO PAGNAN,
AFONSO BENITES E PABLO SOLANO)
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