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Mãe de dono da loja nega estoque irregular
À polícia ela afirmou que no local onde ocorreu a explosão só havia os fogos de artifício; proprietário continua desaparecido
O delegado aguarda resultados da perícia para saber a quantidade e o tipo de material que provocou o acidente em Santo André
DA REPORTAGEM LOCAL
A dona de casa Sônia Castellani, mãe do proprietário da loja que explodiu anteontem em
Santo André, negou ontem à
polícia o estoque irregular de
explosivos. Sônia morava nos
fundos do estabelecimento de
seu filho, Sandro Castellani.
Até a tarde de ontem, Sandro
e a sua mulher, Conceição Aparecida Fernandes, que é também sua sócia, continuavam
desaparecidos e poderiam ser
presos em flagrante.
Sônia prestou depoimento à
Polícia Civil na tarde de ontem,
logo após deixar o hospital. Ela
teve ferimentos leves causados
pelo acidente -no momento da
explosão, estava na porta da loja e foi arremessada.
"Ela nega qualquer manuseio
ou a existência de pólvora ou
material explosivo, a não ser os
fogos de artifício que ele [o filho] estava autorizado a comercializar no local", diz o delegado
Alberto José Mesquita Alves.
O delegado informou que
aguarda os resultados da perícia para saber a quantidade e o
tipo de material que provocou a
destruição de casas e veículos,
além da morte de duas pessoas
e ferimentos em outras 15.
"O que chama a atenção é a
gravidade dessa explosão. Ela é
desproporcional ao tamanho
da loja", disse ele. A loja tinha
12 m2 e apenas uma porta para
a entrada de clientes. No entanto, a explosão atingiu um
raio de cem metros.
De acordo com o policial, o
dono da loja e a sua mulher devem ser indiciados sob acusação de explosão. Como agravantes, são considerados os
dois homicídios, os danos materiais e as lesões corporais.
O comerciante Luciano Fernandes, sobrinho do dono da
loja, afirmou que ele aguarda a
"hora certa" para se apresentar. "O advogado vai decidir
qual será a hora certa, mas ele
vai se apresentar", disse.
O delegado disse que o fato
de os dois proprietários da loja
terem sido presos em 2002,
acusados de posse ilegal de explosivos, não complica a situação deles agora. O motivo é que
o inquérito daquela época foi
arquivado pela Justiça.
Ainda de acordo com ele,
quem se sentir prejudicado pelos danos causados pela explosão da loja de fogos de artifício
pode acionar judicialmente o
casal para ser ressarcido. A
Prefeitura de Santo André
também pode ser acionada por
eventual falha na fiscalização.
Colaborou a Folha Online
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