São Paulo, sábado, 26 de setembro de 2009

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Mãe de dono da loja nega estoque irregular

À polícia ela afirmou que no local onde ocorreu a explosão só havia os fogos de artifício; proprietário continua desaparecido

O delegado aguarda resultados da perícia para saber a quantidade e o tipo de material que provocou o acidente em Santo André

DA REPORTAGEM LOCAL

A dona de casa Sônia Castellani, mãe do proprietário da loja que explodiu anteontem em Santo André, negou ontem à polícia o estoque irregular de explosivos. Sônia morava nos fundos do estabelecimento de seu filho, Sandro Castellani.
Até a tarde de ontem, Sandro e a sua mulher, Conceição Aparecida Fernandes, que é também sua sócia, continuavam desaparecidos e poderiam ser presos em flagrante.
Sônia prestou depoimento à Polícia Civil na tarde de ontem, logo após deixar o hospital. Ela teve ferimentos leves causados pelo acidente -no momento da explosão, estava na porta da loja e foi arremessada.
"Ela nega qualquer manuseio ou a existência de pólvora ou material explosivo, a não ser os fogos de artifício que ele [o filho] estava autorizado a comercializar no local", diz o delegado Alberto José Mesquita Alves.
O delegado informou que aguarda os resultados da perícia para saber a quantidade e o tipo de material que provocou a destruição de casas e veículos, além da morte de duas pessoas e ferimentos em outras 15.
"O que chama a atenção é a gravidade dessa explosão. Ela é desproporcional ao tamanho da loja", disse ele. A loja tinha 12 m2 e apenas uma porta para a entrada de clientes. No entanto, a explosão atingiu um raio de cem metros.
De acordo com o policial, o dono da loja e a sua mulher devem ser indiciados sob acusação de explosão. Como agravantes, são considerados os dois homicídios, os danos materiais e as lesões corporais.
O comerciante Luciano Fernandes, sobrinho do dono da loja, afirmou que ele aguarda a "hora certa" para se apresentar. "O advogado vai decidir qual será a hora certa, mas ele vai se apresentar", disse.
O delegado disse que o fato de os dois proprietários da loja terem sido presos em 2002, acusados de posse ilegal de explosivos, não complica a situação deles agora. O motivo é que o inquérito daquela época foi arquivado pela Justiça.
Ainda de acordo com ele, quem se sentir prejudicado pelos danos causados pela explosão da loja de fogos de artifício pode acionar judicialmente o casal para ser ressarcido. A Prefeitura de Santo André também pode ser acionada por eventual falha na fiscalização.


Colaborou a Folha Online


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