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LEO PAUL ROTHRAUFF (1928 - 2010)
Um monge dos EUA em Vinhedo
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Na época em que fazia
doutorado em economia nos
Estados Unidos, Leo Paul
Rothrauff foi designado para
vir ao Brasil. Aceitou por considerar que, como monge, seria muito mais útil do que como professor de faculdade.
Assim, acabou não concluindo os estudos, mas, no
Brasil, foi o responsável pela
construção da igreja e do
mosteiro de São Bento em Vinhedo (SP) e da casa de retiro
Siloé, na mesma cidade.
Ao todo, dom Léo, como
era chamado, permaneceu
36 anos no interior de São
Paulo, e teria ficado mais, se
não o tivessem chamado de
volta aos Estados Unidos.
Quando estava em Vinhedo, cedeu em 1968 um espaço da casa de retiro para a
UNE realizar um encontro.
Achou que 50 estudantes fossem participar, mas 300
compareceram no dia.
A polícia apareceu, os estudantes fugiram, e dom Léo
teve de ir se explicar na delegacia. Como não tinha nenhuma ligação além de ter
cedido o espaço, foi liberado.
Apaixonado pelo Brasil,
adorava café e caipirinha, e
dizia querer ser enterrado no
país, lembra o amigo dom
Paulo. Em 1998, inaugurou o
cemitério do mosteiro e escolheu a própria campa. Dois
anos depois, veio a ordem de
para retornar a sua terra natal. Chateado, partiu devido
ao voto de obediência.
Em julho deste ano, visitou Vinhedo pela última vez
e aproveitou para celebrar
missa em comemoração aos
seus 60 anos como monge.
Morreu no sábado, aos 82,
após sofrer um infarto, nos
EUA. Hoje, às 8h, haverá
uma missa de ação de graças
em sua memória, no Mosteiro de São Bento, em Vinhedo.
coluna.obituario@uol.com.br
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