São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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LEO PAUL ROTHRAUFF (1928 - 2010)

Um monge dos EUA em Vinhedo

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Na época em que fazia doutorado em economia nos Estados Unidos, Leo Paul Rothrauff foi designado para vir ao Brasil. Aceitou por considerar que, como monge, seria muito mais útil do que como professor de faculdade.
Assim, acabou não concluindo os estudos, mas, no Brasil, foi o responsável pela construção da igreja e do mosteiro de São Bento em Vinhedo (SP) e da casa de retiro Siloé, na mesma cidade.
Ao todo, dom Léo, como era chamado, permaneceu 36 anos no interior de São Paulo, e teria ficado mais, se não o tivessem chamado de volta aos Estados Unidos.
Quando estava em Vinhedo, cedeu em 1968 um espaço da casa de retiro para a UNE realizar um encontro. Achou que 50 estudantes fossem participar, mas 300 compareceram no dia.
A polícia apareceu, os estudantes fugiram, e dom Léo teve de ir se explicar na delegacia. Como não tinha nenhuma ligação além de ter cedido o espaço, foi liberado.
Apaixonado pelo Brasil, adorava café e caipirinha, e dizia querer ser enterrado no país, lembra o amigo dom Paulo. Em 1998, inaugurou o cemitério do mosteiro e escolheu a própria campa. Dois anos depois, veio a ordem de para retornar a sua terra natal. Chateado, partiu devido ao voto de obediência.
Em julho deste ano, visitou Vinhedo pela última vez e aproveitou para celebrar missa em comemoração aos seus 60 anos como monge.
Morreu no sábado, aos 82, após sofrer um infarto, nos EUA. Hoje, às 8h, haverá uma missa de ação de graças em sua memória, no Mosteiro de São Bento, em Vinhedo.

coluna.obituario@uol.com.br


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