|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Medo agrava incidentes no metrô, diz estudo
Reação de passageiros é citada há 25 anos
DE SÃO PAULO
A reação coletiva de passageiros diante de um problema no metrô é conhecida pela companhia muito antes da
paralisação que resultou em
pânico e depredação de trens
na manhã da terça passada.
Quem busca explicações
sobre por que usuários quebraram vidros e fugiram para
os trilhos da linha 3-vermelha encontra hipóteses em
um trabalho da estatal paulista de 25 anos atrás.
Na época, técnicos da empresa citavam manifestações
"de revolta e ameaças de depredações [...] que evidenciam seu desagrado em relação à qualidade do serviço".
Sobre incidentes nos trilhos, diziam: "As reações de
medo podem causar ou agravar ocorrências [...]. Em seguida, quando o usuário não
se sente mais em perigo, surge o sentimento de revolta, o
que torna essas situações-limite próximas da depredação ou quebra-quebra".
As avaliações psicológicas, sociológicas e após pesquisa com 200 passageiros
constam de um trabalho que
trata do "comportamento de
massa" no metrô paulista.
VANDALISMO?
No episódio de terça-feira
passada, integrantes do governo do Estado relataram
estranhamento com a reação
de usuários após um trem ficar parado no túnel.
O Metrô culpou uma blusa
presa na porta do vagão, aliada à sinalização do sensor indicando que ela não estaria
fechada (problema frequente, segundo operadores).
A interferência foi seguida
do acionamento de botões de
emergência por passageiros
que estavam sem ventilação
ou ar condicionado e fuga
para os trilhos -que tiveram
de ser desenergizados-, provocando um efeito cascata.
O trabalho de 1985 afirma
que em situações como "paradas com evacuações de
trens em túneis", "além dos
sentimentos de isolamento e
abandono, afloram outros
como medo e princípio de pânico em que a massa [...] tenta escapar do perigo, aciona
alças de emergência e quebra
vidro dos trens".
Ele aponta para a necessidade de haver avisos claros e
rápidos para atenuar as
eventuais consequências -a
falta de aviso foi queixa de
muitos passageiros na terça.
"A demora na comunicação ao usuário provoca um
aumento de tensão e desempenha papel positivo na formação do pânico e revolta do
metrô. [...] O usuário anseia
por receber um aviso que lhe
informe principalmente a dimensão do problema."
(ALENCAR IZIDORO)
Texto Anterior: Operador de metrô diz ter de ignorar cão para evitar atrasos Próximo Texto: Soltos, papagaios invadem área urbana Índice | Comunicar Erros
|