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Soltos, papagaios invadem área urbana
População da ave -além de periquitos e maritacas- vem crescendo na cidade de São Paulo, dizem especialistas
Não existem estudos para explicar aumento; fenômeno pode ter sido causado por aves que escaparam de cativeiro
VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se alguém disser que viu
um passarinho verde em plena avenida Paulista, não duvide. É que "São Paulo está
virando a cidade dos papagaios". A frase é de Luís Fábio Silveira, curador do Museu de Zoologia da USP.
Além dos loros, há periquitos e maritacas. Já foram
identificadas 15 espécies dessas aves vivendo na cidade,
nove delas na área urbana.
Marcos Melo, ornitólogo
do Depave (Departamento de
Áreas Verdes), também diz
ter percebido, nos últimos
três anos, um aumento nas
populações desses pássaros.
"Hoje em dia, a gente vê
bandos de até 60 papagaios". As aves, segundo ele,
encontraram na cidade condições suficientes para se alimentar e reproduzir.
Segundo Melo, ainda não
há estudos sobre esse tipo de
aves, denominadas psitacídeos, na cidade. Também
não é possível dizer ao certo
quais as razões para o aumento de sua população.
O que se sabe é que elas se
originaram de aves de estimação que escaparam de
gaiolas e se adaptaram às
condições da cidade.
Contribui para o fenômeno, segundo Silveira, o fato
de as pessoas se sentirem
"envergonhadas" de ter espécies nativas vivendo em
gaiola, o que evita que sejam
capturados na cidade.
Quanto à alimentação,
não há escassez. Amoreiras,
pés de nêspera, sibipirunas,
cinamomos, goiabeiras e palmeiras, entre outras plantas
da cidade, fornecem comida
para os pássaros. E eles comem até flores e folhas.
Mas não deixam de frequentar comedouros de pessoas interessadas em atraí-los para observá-los livres.
As espécies nativas do interior e de outros Estados, como o cerrado, habitam as
áreas mais centrais- e com
menos verde- de São Paulo.
Já as nativas da cidade-
com exceção do periquito-rico- migraram para áreas como a Serra da Cantareira e extremo sul, onde há mata preservada, diz Silveira.
AVES ONLINE
Observadores e fotógrafos,
amadores e profissionais,
contribuem para o acervo do
www.wikiaves.com.br, que
tem 155 mil fotos.
Segundo Melo, do Depave,
o site colaborativo -qualquer um pode postar suas fotos- já ajudou até a descobrir pássaros onde se pensava que já não existiam.
Se uma pessoas faz um foto de uma ave que não conhece, posta no wikiaves.
Outros usuários veem a foto e
ajudam a identificá-la.
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