São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Soltos, papagaios invadem área urbana

População da ave -além de periquitos e maritacas- vem crescendo na cidade de São Paulo, dizem especialistas

Não existem estudos para explicar aumento; fenômeno pode ter sido causado por aves que escaparam de cativeiro

VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se alguém disser que viu um passarinho verde em plena avenida Paulista, não duvide. É que "São Paulo está virando a cidade dos papagaios". A frase é de Luís Fábio Silveira, curador do Museu de Zoologia da USP.
Além dos loros, há periquitos e maritacas. Já foram identificadas 15 espécies dessas aves vivendo na cidade, nove delas na área urbana.
Marcos Melo, ornitólogo do Depave (Departamento de Áreas Verdes), também diz ter percebido, nos últimos três anos, um aumento nas populações desses pássaros.
"Hoje em dia, a gente vê bandos de até 60 papagaios". As aves, segundo ele, encontraram na cidade condições suficientes para se alimentar e reproduzir.
Segundo Melo, ainda não há estudos sobre esse tipo de aves, denominadas psitacídeos, na cidade. Também não é possível dizer ao certo quais as razões para o aumento de sua população.
O que se sabe é que elas se originaram de aves de estimação que escaparam de gaiolas e se adaptaram às condições da cidade.
Contribui para o fenômeno, segundo Silveira, o fato de as pessoas se sentirem "envergonhadas" de ter espécies nativas vivendo em gaiola, o que evita que sejam capturados na cidade.
Quanto à alimentação, não há escassez. Amoreiras, pés de nêspera, sibipirunas, cinamomos, goiabeiras e palmeiras, entre outras plantas da cidade, fornecem comida para os pássaros. E eles comem até flores e folhas.
Mas não deixam de frequentar comedouros de pessoas interessadas em atraí-los para observá-los livres.
As espécies nativas do interior e de outros Estados, como o cerrado, habitam as áreas mais centrais- e com menos verde- de São Paulo.
Já as nativas da cidade- com exceção do periquito-rico- migraram para áreas como a Serra da Cantareira e extremo sul, onde há mata preservada, diz Silveira.

AVES ONLINE
Observadores e fotógrafos, amadores e profissionais, contribuem para o acervo do www.wikiaves.com.br, que tem 155 mil fotos.
Segundo Melo, do Depave, o site colaborativo -qualquer um pode postar suas fotos- já ajudou até a descobrir pássaros onde se pensava que já não existiam.
Se uma pessoas faz um foto de uma ave que não conhece, posta no wikiaves. Outros usuários veem a foto e ajudam a identificá-la.


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