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Polícia não grava imagens de câmeras na cela de Elias Maluco
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
As câmeras instaladas pela Secretaria de Segurança do Estado
do Rio para monitorar os sete traficantes do CV (Comando Vermelho) presos no Batalhão de
Choque da Polícia Militar não
gravam as imagens.
A informação foi dada ontem
pelo comandante do batalhão, coronel Francisco Spargolli, ao corregedor-geral de Polícia Unificada, Aldney Peixoto.
Com isso, a polícia perdeu um
elemento fundamental para provar que pertencia aos traficantes
presos no batalhão os dois celulares encontrados na noite de anteontem na cela ocupada pelos
traficantes Elias Pereira da Silva, o
Elias Maluco, e Marco Antônio
Tavares, o Marquinho Niterói.
Peixoto encaminhou ontem ofício a Spargolli pedindo as fitas
com imagens dos traficantes na
tentativa de verificar se os presos
usavam celulares na cela.
Em ofício, Spargolli responde
que, apesar de monitorar presos
24 horas por dia, as câmeras não
têm recursos para gravar imagens. "Isso vai prejudicar as investigações", declarou o corregedor.
Procurado pela Folha, Spargolli
não quis comentar o assunto. O
secretário Roberto Aguiar não foi
localizado. O comandante da PM,
Francisco Braz, informou que,
por estar em reunião, não falaria
sobre o caso.
Na segunda-feira, Peixoto disse
ter recebido a informação de que
um policial do batalhão estaria
alugando um celular para o traficante Luiz Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar, que
também está preso na unidade.
O corregedor não descartou a
hipótese de os celulares encontrados anteontem terem sido entregues aos traficantes por pessoas
que visitam os 32 policiais militares presos no batalhão.
Lentidão
As investigações da Polícia Civil
sobre os celulares encontrados no
batalhão não avançaram. Por determinação do chefe da corporação, Zaqueu Teixeira, o inquérito
será transferido da 6ª Delegacia de
Polícia (Cidade Nova, zona central) para a DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).
Somente à tarde, o titular da 6ª
DP, delegado Ronald Coelho, enviou os telefones apreendidos no
batalhão para serem periciados
pelo Instituto de Criminalística
Carlos Éboli, da Polícia Civil.
Após a perícia, a polícia terá que
pedir à Justiça a quebra do sigilo
telefônico para obter informações
com as operadoras sobre os donos dos celulares e com quem os
traficantes conversaram.
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