São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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Polícia não grava imagens de câmeras na cela de Elias Maluco

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

As câmeras instaladas pela Secretaria de Segurança do Estado do Rio para monitorar os sete traficantes do CV (Comando Vermelho) presos no Batalhão de Choque da Polícia Militar não gravam as imagens.
A informação foi dada ontem pelo comandante do batalhão, coronel Francisco Spargolli, ao corregedor-geral de Polícia Unificada, Aldney Peixoto.
Com isso, a polícia perdeu um elemento fundamental para provar que pertencia aos traficantes presos no batalhão os dois celulares encontrados na noite de anteontem na cela ocupada pelos traficantes Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, e Marco Antônio Tavares, o Marquinho Niterói.
Peixoto encaminhou ontem ofício a Spargolli pedindo as fitas com imagens dos traficantes na tentativa de verificar se os presos usavam celulares na cela.
Em ofício, Spargolli responde que, apesar de monitorar presos 24 horas por dia, as câmeras não têm recursos para gravar imagens. "Isso vai prejudicar as investigações", declarou o corregedor.
Procurado pela Folha, Spargolli não quis comentar o assunto. O secretário Roberto Aguiar não foi localizado. O comandante da PM, Francisco Braz, informou que, por estar em reunião, não falaria sobre o caso.
Na segunda-feira, Peixoto disse ter recebido a informação de que um policial do batalhão estaria alugando um celular para o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade.
O corregedor não descartou a hipótese de os celulares encontrados anteontem terem sido entregues aos traficantes por pessoas que visitam os 32 policiais militares presos no batalhão.

Lentidão
As investigações da Polícia Civil sobre os celulares encontrados no batalhão não avançaram. Por determinação do chefe da corporação, Zaqueu Teixeira, o inquérito será transferido da 6ª Delegacia de Polícia (Cidade Nova, zona central) para a DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).
Somente à tarde, o titular da 6ª DP, delegado Ronald Coelho, enviou os telefones apreendidos no batalhão para serem periciados pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil.
Após a perícia, a polícia terá que pedir à Justiça a quebra do sigilo telefônico para obter informações com as operadoras sobre os donos dos celulares e com quem os traficantes conversaram.


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