São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Projeto de Kassab prevê a venda até de hospital

Lista de imóveis da prefeitura a serem vendidos enviada à Câmara tem erros, diz secretaria

No total, a prefeitura pediu autorização para transferir 590 imóveis; secretaria admitiu falhas e afirmou que relação será refeita

MARIANA TAMARI
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (PFL) pediu à Câmara Municipal autorização para vender um hospital, um clube municipal e a sede da Ordem Rosacruz.
Esses casos constam da relação de imóveis a serem transferidos para a SPP (Companhia São Paulo de Parcerias), empresa pública a ser criada pela prefeitura com o objetivo de levantar recursos para investir em obras na cidade. Só com a venda dos imóveis, a previsão é arrecadar cerca de R$ 300 milhões em 2007.
No total, a prefeitura pediu autorização para transferir 590 imóveis, que poderão ser vendidos, alugados ou usados como garantia em empréstimos. Entre eles estão o Hospital do Rim e da Hipertensão, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o Clube Municipal da Vila Clementino e a sede da Ordem Rosacruz, todos na Vila Mariana (zona sul).
A notícia de que o hospital constava da lista assustou funcionários da instituição. "Esse imóvel parece vazio? Há poucos meses solicitamos verba do BNDES para a construção de mais um prédio no terreno ao lado", diz Andreia Delpoio Pereira, gerente comercial.
A Secretaria Municipal de Gestão, responsável pela lista, disse que não sabia que os locais estavam ocupados e que a relação será refeita.
O problema foi identificado pela Folha anteontem, por meio do código do imóvel apresentado na relação enviada à Câmara. Na lista aparecem endereços de 38 locais. Os outros 552 imóveis são identificados só pelo código do terreno no Departamento de Patrimônio e por números que representam a área da cidade, o setor e o lote onde o imóvel fica.
A identificação foi feita pela Subprefeitura da Vila Mariana a pedido da Folha. Inicialmente, a Secretaria de Gestão afirmou que os imóveis incluídos na relação não tinham nenhuma manifestação de uso ao longo dos últimos anos.
Ontem a secretaria admitiu que os dados do Departamento de Patrimônio estavam desatualizados e que a informação da subprefeitura era correta.
José Alexandre Pereira de Araújo, secretário-executivo da Comissão do Patrimônio Imobiliário e chefe-de-gabinete da Secretaria de Gestão, disse que vai explicar ao prefeito o ocorrido e sugerir a alteração na relação de imóveis.
Antes, será preciso achar substitutos para os locais ocupados. O imóvel precisa ser de propriedade da prefeitura, estar desocupado, não ter nenhuma destinação já determinada e ter entre 125 m2 e 2.000 m2.


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