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Projeto de Kassab prevê a venda até de hospital
Lista de imóveis da prefeitura a serem vendidos enviada à Câmara tem erros, diz secretaria
No total, a prefeitura pediu autorização para transferir 590 imóveis; secretaria admitiu falhas e afirmou
que relação será refeita
MARIANA TAMARI
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) pediu à Câmara Municipal autorização para vender um
hospital, um clube municipal e
a sede da Ordem Rosacruz.
Esses casos constam da relação de imóveis a serem transferidos para a SPP (Companhia
São Paulo de Parcerias), empresa pública a ser criada pela
prefeitura com o objetivo de levantar recursos para investir
em obras na cidade. Só com a
venda dos imóveis, a previsão é
arrecadar cerca de R$ 300 milhões em 2007.
No total, a prefeitura pediu
autorização para transferir 590
imóveis, que poderão ser vendidos, alugados ou usados como garantia em empréstimos.
Entre eles estão o Hospital do
Rim e da Hipertensão, ligado à
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo), o Clube Municipal da Vila Clementino e a sede
da Ordem Rosacruz, todos na
Vila Mariana (zona sul).
A notícia de que o hospital
constava da lista assustou funcionários da instituição. "Esse
imóvel parece vazio? Há poucos meses solicitamos verba do
BNDES para a construção de
mais um prédio no terreno ao
lado", diz Andreia Delpoio Pereira, gerente comercial.
A Secretaria Municipal de
Gestão, responsável pela lista,
disse que não sabia que os locais estavam ocupados e que a
relação será refeita.
O problema foi identificado
pela Folha anteontem, por
meio do código do imóvel apresentado na relação enviada à
Câmara. Na lista aparecem endereços de 38 locais. Os outros
552 imóveis são identificados
só pelo código do terreno no
Departamento de Patrimônio e
por números que representam
a área da cidade, o setor e o lote
onde o imóvel fica.
A identificação foi feita pela
Subprefeitura da Vila Mariana
a pedido da Folha. Inicialmente, a Secretaria de Gestão afirmou que os imóveis incluídos
na relação não tinham nenhuma manifestação de uso ao longo dos últimos anos.
Ontem a secretaria admitiu
que os dados do Departamento
de Patrimônio estavam desatualizados e que a informação
da subprefeitura era correta.
José Alexandre Pereira de
Araújo, secretário-executivo da
Comissão do Patrimônio Imobiliário e chefe-de-gabinete da
Secretaria de Gestão, disse que
vai explicar ao prefeito o ocorrido e sugerir a alteração na relação de imóveis.
Antes, será preciso achar
substitutos para os locais ocupados. O imóvel precisa ser de
propriedade da prefeitura, estar desocupado, não ter nenhuma destinação já determinada
e ter entre 125 m2 e 2.000 m2.
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