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Pai chama polícia após filho matar amiga
Bruno, 26, viciado em crack, assassinou por asfixia garota de 18 que tentava ajudá-lo a deixar as drogas
LIANA LEITE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
O pai do músico Bruno Kligierman Melo, 26, chamou a
polícia logo após saber que o filho havia matado a amiga Bárbara Chamun Calazans Laino,
18, dentro de casa, no Flamengo, zona sul do Rio, na tarde de
sábado. Bruno é viciado em
crack há seis anos e asfixiou
Bárbara durante um surto causado pela droga. A amiga tentava livrá-lo do vício.
Com a voz trêmula, Luiz Fernando Prôa Melo, 47, contou
que o filho matou a menina e
"apagou". "Ele só percebeu o
que tinha feito quando acordou
e foi chamar por ela. Bruno está
arrasado porque tirou a vida da
pessoa que tanto amava."
O músico está preso numa
delegacia do centro e, segundo
a Polícia Civil, será acusado de
homicídio qualificado, com pena prevista de 12 a 30 anos.
Segundo o pai, os jovens tinham um relacionamento havia dois meses, mas eram mais
amigos do que namorados: "Ele
a chamava de meu anjo da
guarda", conta Prôa.
A família de Bárbara diz que
eram só amigos. "Ela queria
ajudar o mundo. Era uma menina muito boa, mas achava
que era Madre Teresa de Calcutá", disse uma amiga, que preferiu não se identificar.
A jovem, que queria ser atriz
e fazia figuração em novelas, foi
enterrada na tarde de ontem no
Cemitério São João Batista (zona sul). O pai, que estava no velório, não quis falar.
Prôa contou que Bruno ligou
para ele assim que percebeu o
que acontecera. "Ele me disse:
"fumei crack, você não vai mais
querer ser meu pai. Fiz uma
besteira, matei uma garota"."
Depois da ligação, o pai foi à casa do filho e chamou a polícia.
De acordo com Prôa, Bruno
foi internado quatro vezes nos
últimos cinco anos, mas, depois
de liberado, voltava a beber
com amigos, o que puxava a
droga. Havia um ano e meio,
tratava-se de síndrome do pânico. Além de droga e bebida, a
PM encontrou remédios tarja
preta na cena do crime.
"Perdi meu filho para o crack
há seis anos, mas o problema
dele não é apenas o vício, ele
tem distúrbio de atenção e bipolaridade", contou o pai. Ele
explicou que Bruno nunca tivera comportamento violento.
Segundo Prôa, que criou o filho com a ajuda da avó, a mãe
de Bruno, a argentina Alejandra Kligierman, o abandonou
quando ele tinha um ano. "No
dia do aniversário dele, 5 de
abril deste ano, ele e a mãe se
falaram pela internet e fizeram
as pazes. Ele estava muito feliz,
mas ela morreu de Aids um mês
depois e Bruno entrou em uma
nova crise."
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