Associação Santa Cecília Viva quer reforço na segurança de prédios

Higienópolis é alvo por conta da idade e do poder aquisitivo dos moradores, diz representante do bairro

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para o presidente da Associação Santa Cecília Viva, José Ricardo Campelo, os assaltos do fim de semana servem de alerta. "Vou sugerir na próxima reunião de bairro que as pessoas aumentem a segurança em seus prédios."
Ele pretende colocar cerca elétrica em frente à sua loja, a 100 m do local do assalto.
"Se conseguem invadir até prédios novos, com toda a segurança, imagina nos antigos? Nesses não têm nem zelador à noite." No edifício assaltado, o zelador atua como porteiro, mas só de dia.
Segurança não era tema corrente na região, mas "foi o assunto da manhã", diz ele, que disse nunca ter ouvido falar em arrastão no bairro.
Pedro Ivanow, da Associação Defenda Higienópolis, diz que segurança é uma das "maiores preocupações".
O motivo, diz ele, é que "o bairro tem uma população de terceira idade e com poder aquisitivo diferenciado".
Em junho, a Folha noticiou uma alta na blindagem de guaritas no bairro -eram dez em obras ou recém-inauguradas nas ruas São Vicente de Paula, Brasílio Machado, Gabriel dos Santos, Maranhão e Rio de Janeiro.

GUERRILHA
"Vivemos uma guerrilha urbana". É assim que o vice-presidente do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário), Hubert Gebara, analisa o cenário de assaltos a prédios.
"Não conhecemos nossos "inimigos". Pode ser que todo o dia que saio do meu prédio eu esteja encontrando um."
Para Gebara, a atuação da delegacia especializada em roubos a condomínios ainda é insatisfatória. "Eles [policiais] fazem o que podem. Os criminosos são muito criativos e a polícia está usando a tecnologia disponível", diz.
(AFONSO BENITES e CRISTINA MORENO DE CASTRO)


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