São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

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Hospital no Tatuapé utiliza cadeira de espera como maca

Pronto-socorro de unidade municipal tem macas pelo chão e paciente com tuberculose esperando vaga no corredor

Ontem à tarde, quatro enfermeiras e uma única médica corriam para dar conta dos cerca de 25 pacientes no local

FABIANA CAMBRICOLI
DO "AGORA"

Macas no chão, pacientes sendo atendidos em poltronas, doentes com tuberculose sem isolamento e dormindo em cadeiras de plástico.
O que poderia descrever o cenário de um hospital de guerra é visto no pronto-socorro do Hospital Municipal do Tatuapé (zona leste).
Ontem à tarde, cerca de 25 pessoas eram atendidas. Dessas, quatro estavam acomodadas em macas no chão e outras dez em cadeiras, quase todas de plástico.
Quatro enfermeiras e uma médica corriam para dar conta de todos os pacientes. A maioria deles estava com atendimento precário havia um ou dois dias.
"Chegamos aqui às 10h e meu marido está sem comer e sem beber água, esperando vaga para uma amputação", reclamou às 16h Catiane Silva, 35, que acompanhava o marido, Guilherme Ares, 48. Ele aguardava uma vaga deitado em cadeiras de plástico, cuja função original é acomodar os acompanhantes.
Em uma maca no chão, uma mulher de 96 anos que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) aguardava uma vaga na internação. Ao lado da cama improvisada, ficava a porta dos banheiros.
No corredor, com uma máscara no rosto por causa da tuberculose, dormia em duas cadeiras de plástico o professor de educação física Ubirajara Estevan, 30.
Ele aguardava desde anteontem a única vaga no setor de isolamento respiratório do hospital -já ocupada por outra paciente.
Com pouca ventilação no local, os pacientes sofriam com o calor e o mau cheiro.
Segundo uma funcionária, a situação caótica não era exclusiva do dia de ontem. "Aqui é sempre lotado. A gente tem que se virar."


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