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Hospital no Tatuapé utiliza cadeira de espera como maca
Pronto-socorro de unidade municipal tem macas pelo chão e paciente com tuberculose esperando vaga no corredor
Ontem à tarde, quatro enfermeiras e uma única médica corriam para dar conta dos cerca de 25 pacientes no local
FABIANA CAMBRICOLI
DO "AGORA"
Macas no chão, pacientes
sendo atendidos em poltronas, doentes com tuberculose sem isolamento e dormindo em cadeiras de plástico.
O que poderia descrever o
cenário de um hospital de
guerra é visto no pronto-socorro do Hospital Municipal
do Tatuapé (zona leste).
Ontem à tarde, cerca de 25
pessoas eram atendidas.
Dessas, quatro estavam acomodadas em macas no chão
e outras dez em cadeiras,
quase todas de plástico.
Quatro enfermeiras e uma
médica corriam para dar conta de todos os pacientes. A
maioria deles estava com
atendimento precário havia
um ou dois dias.
"Chegamos aqui às 10h e
meu marido está sem comer
e sem beber água, esperando
vaga para uma amputação",
reclamou às 16h Catiane Silva, 35, que acompanhava o
marido, Guilherme Ares, 48.
Ele aguardava uma vaga deitado em cadeiras de plástico,
cuja função original é acomodar os acompanhantes.
Em uma maca no chão,
uma mulher de 96 anos que
sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) aguardava
uma vaga na internação. Ao
lado da cama improvisada,
ficava a porta dos banheiros.
No corredor, com uma
máscara no rosto por causa
da tuberculose, dormia em
duas cadeiras de plástico o
professor de educação física
Ubirajara Estevan, 30.
Ele aguardava desde anteontem a única vaga no setor de isolamento respiratório do hospital -já ocupada
por outra paciente.
Com pouca ventilação no
local, os pacientes sofriam
com o calor e o mau cheiro.
Segundo uma funcionária,
a situação caótica não era exclusiva do dia de ontem.
"Aqui é sempre lotado. A
gente tem que se virar."
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