São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2008

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Serra estenderá pedágio para todas as pistas da Castello

Hoje, na chegada a São Paulo, pista marginal tem cobrança, e expressa é livre

Como compensação, a tarifa do pedágio será reduzida; em vez dos R$ 6,30 cobrados hoje nas marginais, serão R$ 2,70 em ambas as pistas

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O motorista não terá mais a opção de usar as pistas expressas da Castello Branco para escapar do pedágio cobrado hoje nas marginais da rodovia, na altura dos quilômetros 18 (Osasco, sentido São Paulo-interior) e 20 (Barueri, sentido interior-capital).
O governo José Serra (PSDB) decidiu que as praças de cobrança das marginais da Castello, por onde passam 50 mil veículos a cada dia, serão estendidas nos mesmos pontos para as pistas expressas, por onde passam 128 mil veículos - hoje os motoristas não pagam pedágio.
Como compensação, a tarifa do pedágio será reduzida. Em vez dos R$ 6,30 cobrados hoje nas marginais, o valor será de R$ 2,70 em ambas as pistas. E quem se dirigir ao interior paulista vai desembolsar R$ 5,40, em vez de R$ 10,80, na praça de Itapevi, na altura do km 32.
As alterações foram definidas pela gestão tucana como parte do projeto "Cebolão", que prevê também novas obras de R$ 168 milhões na Castello, incluindo uma ponte na chegada à cidade de São Paulo, paralela à existente, e novos acessos às marginais Pinheiros e Tietê.
O passo oficial do governo paulista para as mudanças foi dado na semana passada, quando um decreto de Serra repassou à ViaOeste (concessionária que fará as obras) um trecho adicional de 240 metros da rodovia, na entrada da capital.
Pelo cronograma firmado, a empresa deverá concluir os novos investimentos no final do ano que vem, a partir de quando passarão a valer as mudanças nos pedágios da estrada.
Na época da inauguração das marginais da Castello, em 2001, no governo Mário Covas (PSDB), uma das principais justificativas do Estado para defender a construção da pista não-pedagiada era a possibilidade de os motoristas terem uma alternativa sem cobrança.
"Quem quer pagar paga, quem não quer pagar não paga", chegou a dizer Covas.
Na época, houve uma série de protestos contra a tarifa cobrada em 11 km de pistas das marginais da Castello e a favor da liberação dos acessos da pista expressa em direção a Alphaville.
A alegação do governo Serra para fazer as alterações é a "justiça tarifária" -por cobrar de todos os usuários da rodovia, embora uma tarifa menor.
"A reconfiguração tarifária permitirá uma significativa redução tarifária e a universalização da mesma. Ou seja, onde todos pagam, todos pagam menos, além de contribuir para a distribuição equânime do tráfego no sistema rodoviário dando utilização plena ao equipamento público", respondeu a Artesp (agência paulista que regula as concessões) à Folha.

Vantagens e desvantagens
Por um lado os atuais usuários das marginais da Castello serão beneficiados pela redução da tarifa -embora muitos deles já tenham um programa de desconto progressivo de até 50%, condicionado à quantidade de vezes em que passam pelo pedágio durante um mês.
Por outro lado, esses mesmos usuários deverão dividir as pistas com mais veículos -ficando sujeitos a mais trânsito.
Já os 128 mil motoristas que passam todos os dias pela pista expressa sem pagar nada hoje terão de desembolsar R$ 2,70 -embora 49 mil possam ser recompensados por passarem também no pedágio de Itapevi, no km 32, que sofrerá redução.
A Artesp diz ter encomendado pesquisa que apontou aceitação de 84% dos usuários "considerando especialmente os benefícios de maior fluidez que advirão das obras".


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