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Serra estenderá pedágio para todas as pistas da Castello
Hoje, na chegada a São Paulo, pista marginal tem cobrança, e expressa é livre
Como compensação, a tarifa
do pedágio será reduzida; em
vez dos R$ 6,30 cobrados hoje
nas marginais, serão
R$ 2,70 em ambas as pistas
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O motorista não terá mais a
opção de usar as pistas expressas da Castello Branco para escapar do pedágio cobrado hoje
nas marginais da rodovia, na altura dos quilômetros 18 (Osasco, sentido São Paulo-interior)
e 20 (Barueri, sentido interior-capital).
O governo José Serra (PSDB)
decidiu que as praças de cobrança das marginais da Castello, por onde passam 50 mil veículos a cada dia, serão estendidas nos mesmos pontos para as
pistas expressas, por onde passam 128 mil veículos - hoje os
motoristas não pagam pedágio.
Como compensação, a tarifa
do pedágio será reduzida. Em
vez dos R$ 6,30 cobrados hoje
nas marginais, o valor será de
R$ 2,70 em ambas as pistas. E
quem se dirigir ao interior paulista vai desembolsar R$ 5,40,
em vez de R$ 10,80, na praça de
Itapevi, na altura do km 32.
As alterações foram definidas pela gestão tucana como
parte do projeto "Cebolão", que
prevê também novas obras de
R$ 168 milhões na Castello, incluindo uma ponte na chegada
à cidade de São Paulo, paralela
à existente, e novos acessos às
marginais Pinheiros e Tietê.
O passo oficial do governo
paulista para as mudanças foi
dado na semana passada, quando um decreto de Serra repassou à ViaOeste (concessionária
que fará as obras) um trecho
adicional de 240 metros da rodovia, na entrada da capital.
Pelo cronograma firmado, a
empresa deverá concluir os novos investimentos no final do
ano que vem, a partir de quando passarão a valer as mudanças nos pedágios da estrada.
Na época da inauguração das
marginais da Castello, em 2001,
no governo Mário Covas
(PSDB), uma das principais
justificativas do Estado para
defender a construção da pista
não-pedagiada era a possibilidade de os motoristas terem
uma alternativa sem cobrança.
"Quem quer pagar paga,
quem não quer pagar não paga", chegou a dizer Covas.
Na época, houve uma série de
protestos contra a tarifa cobrada em 11 km de pistas das marginais da Castello e a favor da liberação dos acessos da pista expressa em direção a Alphaville.
A alegação do governo Serra
para fazer as alterações é a "justiça tarifária" -por cobrar de
todos os usuários da rodovia,
embora uma tarifa menor.
"A reconfiguração tarifária
permitirá uma significativa redução tarifária e a universalização da mesma. Ou seja, onde todos pagam, todos pagam menos, além de contribuir para a
distribuição equânime do tráfego no sistema rodoviário dando utilização plena ao equipamento público", respondeu a
Artesp (agência paulista que regula as concessões) à Folha.
Vantagens e desvantagens
Por um lado os atuais usuários das marginais da Castello
serão beneficiados pela redução da tarifa -embora muitos
deles já tenham um programa
de desconto progressivo de até
50%, condicionado à quantidade de vezes em que passam pelo
pedágio durante um mês.
Por outro lado, esses mesmos
usuários deverão dividir as pistas com mais veículos -ficando
sujeitos a mais trânsito.
Já os 128 mil motoristas que
passam todos os dias pela pista
expressa sem pagar nada hoje
terão de desembolsar R$ 2,70
-embora 49 mil possam ser recompensados por passarem
também no pedágio de Itapevi,
no km 32, que sofrerá redução.
A Artesp diz ter encomendado pesquisa que apontou aceitação de 84% dos usuários
"considerando especialmente
os benefícios de maior fluidez
que advirão das obras".
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