São Paulo, quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

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Chuva provoca estragos em 132 cidades de SP

Um a cada cinco municípios do Estado teve problemas como inundações, transbordamentos de rios, deslizamentos ou mortes

Situação pode se agravar em Atibaia, Nazaré Paulista e Bom Jesus dos Perdões, cidades em que há risco de represas transbordarem

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO GERAQUE
ENVIADO A ATIBAIA

As chuvas que castigam o Estado de São Paulo desde o dia 1º de dezembro já provocaram estragos em 132 das 645 cidades paulistas. Isso significa que um a cada cinco municípios tiveram inundações, transbordamentos de rios, deslizamentos de terras ou mortes ocasionadas pelas chuvas. Até ontem, 62 pessoas tinham morrido no Estado, segundo a Defesa Civil.
A situação pode se agravar nos próximos dias. Em Atibaia, uma das cidades que já decretaram situação de emergência (são 26, no total), parte dos moradores foi retirada ontem após alerta da Sabesp de que a represa Atibainha pode transbordar nas próximas horas. Nazaré Paulista e Bom Jesus dos Perdões também estão em risco.
Na capital, o temporal de ontem voltou a transbordar ruas e deixar pessoas isoladas. Este é o mês mais chuvoso dos últimos 15 anos, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). Foram 419,5 mm, passando o recorde de fevereiro de 1995 (407,7 mm).
Além das cidades que já decretaram emergência, há duas (Cunha e São Luiz do Paraitinga) em estado de calamidade.
"Na situação de emergência, a comunidade reconhece sua capacidade limitada de suportar o desastre. Na calamidade pública, ela mostra que não tem capacidade para suportá-lo e depende muito mais da ajuda externa", diz a tenente da Defesa Civil Aline Betânia Carvalho.
Com isso, o município pode obter recursos emergenciais dos governos estadual e federal e realizar compras ou obras sem licitação pública.

Atibaia
A tarde de ontem no 3º Centenário, bairro de classe média em Atibaia, estava tensa. A água começou a subir na segunda-feira, por causa do aumento da vazão da represa Atibainha.
Os moradores foram convencidos a deixar suas casas.
"Estou aqui tirando minhas coisas. Vou para a casa da sogra", disse o advogado Marcos Teixeira, morador do bairro.
"Temos uma sala mais baixa em casa que já está minando água", afirmou Mariana Tardeli, que há 21 anos mora na mesma casa. "Nunca tinha presenciado essa situação". A família dela encheu uma Kombi e um caminhão para a mudança.
As cidades paulistas em situação de emergência são: Atibaia, Bofete, Bom Jesus dos Pedões, Caieiras, Caiuá, Capivari, Chavantes, Franco da Rocha, Getulina, Guararema, Inúbia Paulista, Lucélia, Lourdes, Manduri, Mineiros do Tietê, Mirassol, Osasco, Oscar Bressane, Pardinho, Pracinha, Presidente Venceslau, São José do Rio Preto, São Lourenço da Serra, Santo André, Santo Antônio do Pinhal, Sumaré . Os municípios que decretaram estado de calamidade pública são Cunha e São Luiz Paraitinga.


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