DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Cerca de 200 moradores do Jardim Pantanal, região da zona leste de São Paulo que convive com alagamentos constantes desde 8 de dezembro, fecharam ontem a rodovia Ayrton Senna na altura do km 30, em ambos os sentidos, para protestar contra as enchentes.
A manifestação começou por volta de 21h40, com o fechamento da pista sentido capital. Às 23h00, o bloqueio foi total. A polícia rodoviária registrou 4 kms de congestionamentos. A estrada foi liberada às 23h40. Não houve confronto entre manifestantes e a polícia. Ninguém foi preso.
Com a chuva de ontem, a água que já cobria o bairro chegou na altura do peito dos moradores. Na rua Capachós, os carros que antes tinham água pela metade ficaram completamente submersos. No cruzamento das ruas Cachoeira Cairugaçu e Curimatã, a força da água formou correnteza.
Com as casas alagadas, um grupo de 400 moradores está alojado na escola estadual Heckel Tavares, que foi invadida por eles no domingo.
As chuvas de ontem deixaram pelo menos 300 pessoas ilhadas nos telhados de suas casas ou sobre carros nas zonas norte e leste. Foi o 35º dia seguido de chuvas na cidade. Segundo os bombeiros, foram cerca de 30 chamados, principalmente nos bairros Jaraguá e Perus, Itaim Paulista e também do Jardim Pantanal.
Os bombeiros precisaram usar botes para resgatar crianças e adultos isolados pelas enchentes. Três córregos transbordaram: Mandaqui, Ribeirão dos Meninos e Tiquatira.

Trânsito
Com 62 pontos de alagamentos, entre os quais o túnel do Anhangabaú e trechos das marginais Tietê e Pinheiros, a capital registrou recorde de congestionamento no ano. Por volta das 19h, havia 175 km de vias congestionadas -o recorde histórico é de 293 km, de 10 de junho. O aeroporto de Congonhas foi fechado em dois momentos. Linhas de trem circularam lentamente.
Até ontem, havia chovido 419,5 mm na cidade, 75,5% a mais que o previsto para o mês. Conforme a prefeitura, a marca deste mês já ultrapassou o recorde histórico da cidade desde fevereiro de 1995: 407,7 mm.


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