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LUIZ ALGACIR VERGÍLIO DA SILVA (1973-2010)
O mesa-tenista cadeirante e seus muitos obstáculos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Vestido com o uniforme de
competição e com a medalha
de prata na mochila, Luiz Algacir Vergílio da Silva internou-se em julho de 2009 para
tratar-se de um câncer.
Superar barreiras era uma
constante para ele desde a
adolescência. Aos 15 anos, subiu num pé de manga em Foz
do Iguaçu (PR), onde morava,
desequilibrou-se e caiu do alto, machucando a coluna -o
acidente lhe custou a perda
dos movimentos das pernas.
No começo, tinha vergonha
de sair de casa. Até que, no
início dos anos 1990, passou a
fazer fisioterapia na ADFP
(Associação dos Deficientes
Físicos do Paraná) em Curitiba, e, lá, foi convencido pela
atleta Maria Luiza Passos a
treinar tênis de mesa.
Luiz fazia pequenos trabalhos de informática na associação e, no resto do tempo,
praticava o esporte. A rotina
era puxada: treinava seis horas por dia, todos os dias.
Seu técnico, Benê, diz que
ele se tornou o melhor mesa-tenista cadeirante do país.
Maria Luiza impressionava-se com a "frieza" com que jogava. Após dois ouros nos Parapanamericanos do Rio, veio
o auge: em 2008, conquistou a
prata nas Paraolimpíadas de
Pequim. Nas próximas, pretendia ganhar um ouro.
Quando se aposentasse no
esporte, sonhava em dar aulas
de tênis de mesa a crianças.
Vanessa, a irmã, conta que
Luiz sempre espantava a tristeza ao seu redor. Na associação, "azucrinava" todo mundo com suas brincadeiras.
Internado desde julho, não
resistiu a um derrame e morreu no sábado, aos 36 anos.
coluna.obituario@uol.com.br
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