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Associação afirma que população deve confiar em delegados
Presidente de entidade da categoria apoia investigação em SP, mas diz que é preciso separar "o joio do trigo" na corporação
Corregedoria da Polícia Civil investiga 800 casos sob a suspeita de irregularidades que envolvem delegados
no Estado de São Paulo
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A delegada Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, 54, presidente da Adpesp (Associação
dos Delegados do Estado de SP)
desde o dia 11, afirmou ontem
apoiar as ações da Corregedoria Geral da Polícia Civil que
atingem 800 dos 3.313 delegados do Estado (24%). Mas, segundo ela, é importante "separar o joio do trigo, porque nem
todos os investigados são suspeitos de crimes graves."
Conforme a Folha revelou
no domingo, atualmente a Corregedoria mantém um total de
8.579 casos contra policiais de
várias funções, não só de delegados. A Polícia Civil tem cerca
de 33 mil integrantes. "O número de 800 delegados investigados demonstra que a gente
apura tudo", disse Marilda.
Na opinião dela, eleita com
681 votos dos 1.909 que votaram para representar 4.128 delegados, o número de ações demonstra que "a Corregedoria é
forte e transparente".
"Não queremos corrupção
dentro da nossa instituição,
não queremos violência, nada
disso. Queremos uma Polícia
Civil transparente e que o delegado de polícia tenha uma conduta ilibada", disse Marilda,
uma das líderes da greve dos
policiais civis em 2008.
"Não podemos dar uma conotação de que são 800 delegados investigados pela mesma
coisa, por corrupção, isso não
procede. Nós, da Associação
dos Delegados, não compactuamos com esse tipo de coisa.
Queremos ter nossos direitos
preservados, o direito da ampla
defesa", disse.
A Adpesp fez ontem um pedido formal à Corregedoria para obter um balanço sobre os
casos em que delegados são investigados e por quais motivos
as apurações foram abertas.
A delegada Marilda afirma
que a população tem motivos
para acreditar nos delegados da
Polícia Civil e que, atualmente,
um dos principais objetivos
dos delegados do Estado "é resgatar a dignidade, a identidade
e o respeito" da categoria.
"Há sim uma vontade grande
[dos delegados], um interesse
de prestar serviço público de
qualidade, mas a gente precisa
ter condições de trabalho melhores e um melhor salário."
Para ela, um delegado precisava ganhar de R$ 10 mil a
R$ 12 mil. Hoje, delegado em
início de carreira ganha
R$ 5.203,31 em São Paulo. O
salário mais alto é de R$ 9.403.
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