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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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CARNAVAL

Em vez de duas, três escolas do Grupo Especial serão rebaixadas; mudança busca melhorar qualidade da competição

Escolas pequenas "turbinam" desfile em SP

PALOMA COTES
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mudança de regra definida para este ano pela Liga das Escolas de Samba de São Paulo pretende melhorar a qualidade e a infra-estrutura do Carnaval paulistano para os próximos dois anos: o número de escolas rebaixadas para o Grupo de Acesso vai aumentar.
Até 2002, apenas duas escolas caíam; a partir de agora, serão três. O número de escolas que sobem ao Grupo Especial não se altera; continuam subindo as duas campeãs do grupo anterior.
Até 2005, a liga quer que apenas 12 -e não mais 14 agremiações- figurem na linha de frente do Carnaval. E a alteração já está surtindo efeito nas quadras e barracões das escolas, principalmente nas consideradas "pequenas" e naquelas que chegaram há pouco tempo ao Grupo Especial, como a Unidos de Vila Maria, a Império da Casa Verde (ambas da zona norte da capital) e a Barroca Zona Sul (da Água Funda).
A Império, que desfila pela primeira vez entre a elite, buscou aumentar o número de componentes para ficar com "cara" de escola especial. "Neste ano, está tudo maior", diz a vice-presidente Luciana Plumari. Para "ganhar corpo", a escola bancou metade do preço de todas as fantasias das alas, que saíram a R$ 100, enquanto o preço médio nas demais escolas ficou entre R$ 150 e R$ 400.
Abriu também três alas para a comunidade, onde as fantasias são gratuitas. O esforço surtiu o efeito esperado, e a escola cresceu cerca de 50%, passando de 2.000 integrantes, em 2002, para aproximadamente 3.000 neste ano.
Plumari não quis dizer quanto a escola está investindo no desfile, mas afirmou que conseguiu muito mais ajuda dos comerciantes da região da Casa Verde.
Na Unidos da Vila Maria, o "susto" de ser "grande" já passou e, segundo o diretor-financeiro da escola, Adilson José de Souza, a apresentação deste ano será digna de uma escola do Grupo Especial. "Já temos mais experiência", diz.
Em 2002, quando desfilou pela primeira vez entre as grandes, a Vila Maria foi prejudicada por ter mostrado um Carnaval mais simples. "Saímos sem plumas para diminuir custos, mas a economia não agradou e acabamos prejudicados porque tiramos nota 8,5 em fantasias. Agora, voltamos ao luxo porque queremos ficar no Grupo Especial", diz Souza.
Se o novo regulamento já estivesse valendo em 2002, a Vila Maria ficaria a apenas uma posição de ser rebaixada, já que teve a quarta pior nota total.

Competitividade
Na Barroca Zona Sul, que volta ao Grupo Especial depois de sete anos, o empenho é para realizar um "Carnaval campeão". A escola investiu R$ 1,8 milhão no desfile e mais que duplicou o número de integrantes. Antes, eram apenas 1.700 pessoas; agora, serão 3.700.
"A procura pela escola aumentou muito depois que subimos ao Grupo Especial, onde faremos de tudo para continuar. O Carnaval de São Paulo cresceu muito em qualidade e técnica. A nova regra só tende a aumentar a competitividade e estimular a criatividade das agremiações", diz Luiz Paulo Santos, presidente da escola.
A visão de que a mudança de regra só vai melhorar o show é compartilhada pela Gaviões da Fiel, vencedora do Carnaval 2002.
"O rebaixamento de mais escolas do Grupo Especial vai acabar "puxando para cima" as que desfilam no Grupo de Acesso. Por outro lado, as que ficarem terão de se esforçar mais para não cair", afirma Sandro Silva Pinto, diretor de Carnaval da Gaviões.


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