São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

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Conservação de corpos intriga especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP), José Luiz Morais, disse que o objetivo agora é saber que fatores levaram à mumificação, fenômeno pouco freqüente na arqueologia brasileira. "É uma grande descoberta."
Para o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, do departamento de arqueologia da morte do MAE, a mumificação foi natural. "Não há sinal de elementos conservativos, como ataduras ou abertura do abdome."
Os corpos estavam sob uma mistura de terra e cal. "Normalmente, terra e cal são elementos destrutivos", disse Silva. Amostras serão enviadas ao instituto Beta Analytics, em Miami (EUA).
A hipótese, diz o arqueólogo, é que o ambiente seco criado pela parede de taipa tenha evitado a desintegração. "Não há como saber se os demais corpos também estão conservados", diz o especialista, que não acredita que o ritual religioso do sepultamento tenha contribuído.
A sala, que era usada para exposições, está trancada. As duas janelas estão protegidas por telas. Três desumidificadores mantêm a umidade do ar na casa dos 55%. "A taipa mantém a temperatura estável", diz Mari Marino, diretora do museu.
Marino disse que a conservação deve ter "um dedinho" de frei Galvão". Do lado de fora, na fila para receber as "pílulas milagrosas" do frei, muitos fiéis nem sabiam das múmias. "Não tem nada de milagre nisso", disse a aposentada Lourdes Figueiredo, 73. "Milagrosa é a pílula." (RS)


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