|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conservação de corpos intriga especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor do MAE (Museu de
Arqueologia e Etnologia da
USP), José Luiz Morais, disse
que o objetivo agora é saber que
fatores levaram à mumificação,
fenômeno pouco freqüente na
arqueologia brasileira. "É uma
grande descoberta."
Para o arqueólogo Sérgio
Monteiro da Silva, do departamento de arqueologia da morte
do MAE, a mumificação foi natural. "Não há sinal de elementos conservativos, como ataduras ou abertura do abdome."
Os corpos estavam sob uma
mistura de terra e cal. "Normalmente, terra e cal são elementos destrutivos", disse Silva.
Amostras serão enviadas ao
instituto Beta Analytics, em
Miami (EUA).
A hipótese, diz o arqueólogo,
é que o ambiente seco criado
pela parede de taipa tenha evitado a desintegração. "Não há
como saber se os demais corpos
também estão conservados",
diz o especialista, que não acredita que o ritual religioso do sepultamento tenha contribuído.
A sala, que era usada para exposições, está trancada. As duas
janelas estão protegidas por telas. Três desumidificadores
mantêm a umidade do ar na casa dos 55%. "A taipa mantém a
temperatura estável", diz Mari
Marino, diretora do museu.
Marino disse que a conservação deve ter "um dedinho" de
frei Galvão". Do lado de fora, na
fila para receber as "pílulas milagrosas" do frei, muitos fiéis
nem sabiam das múmias. "Não
tem nada de milagre nisso",
disse a aposentada Lourdes Figueiredo, 73. "Milagrosa é a pílula."
(RS)
Texto Anterior: Múmias de 2 freiras são encontradas no mosteiro da Luz Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Onde os fracos têm vez Índice
|