São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

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Pouso de helicóptero no mar mata ao menos 1

Aparelho partiu de plataforma da Petrobras rumo a Macaé (RJ); dos 20 passageiros, um morreu e outros quatro desapareceram

Segundo a FAB, chovia na bacia de Campos e a condição do mar era ruim na hora do acidente; causa ainda é desconhecida

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos uma pessoa morreu em acidente que envolveu ontem à tarde um helicóptero na bacia petrolífera de Campos (litoral norte fluminense). O aparelho, que seguia de uma plataforma da Petrobras em direção a Macaé (município a 188 km do Rio), levava 20 pessoas, entre elas três tripulantes.
O acidente ocorreu por volta das 16h30, quando o helicóptero fez um pouso forçado no mar, próximo à plataforma e a 109 quilômetros da costa.
Em nota divulgada às 20h18, a Petrobras informou que, até as 19h, 15 pessoas haviam sido resgatadas com vida e quatro ainda não tinham sido localizadas.
Titular da 123ª DP (Delegacia de Polícia), em Macaé, o delegado Daniel de Mello Gomes disse no início da noite que o corpo de um ocupante do aparelho já tinha sido resgatado.
Em nota oficial, o 1º Distrito Naval (representação da Marinha no Estado do Rio) informou que ainda não tinha a identidade dos ocupantes do helicóptero acidentado.
"As buscas no local estão sendo conduzidas por embarcações da Petrobras, e a Marinha já deslocou um navio para o local do acidente", relata o comunicado da Marinha.
De acordo com a Petrobras, o helicóptero seguia da plataforma P-18 (campo de Marlim) para Macaé quando foi obrigado, logo após a decolagem, a fazer um pouso improvisado no mar. Às 19h30, a empresa afirmou que não tinha ainda notícias confirmadas sobre o que ocorrera durante o vôo.
Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), as condições climáticas eram muito ruins no momento da queda. Na sua nota oficial, a Petrobras informou que "as condições climáticas eram operacionais para o vôo".
Assim que o helicóptero desceu na água, a plataforma acionou seu esquema de emergência para resgate.
O aparelho boiou, o que permitiu o resgate de parte dos ocupantes pelas embarcações que se dirigiram ao local.
O helicóptero acidentado era um modelo Puma da empresa BHS Helicópteros.
De acordo com a Petrobras, 13 embarcações faziam o trabalho de resgate e três helicópteros ficaram de prontidão na área, um deles aeromédico.

Outros acidentes
O último acidente de helicópteros com vítimas na bacia de Campos aconteceu em 22 de julho de 2004.
Na ocasião, seis pessoas morreram quando um aparelho Sikorsky S-76 caiu no mar no campo de Roncador. Cinco sobreviventes foram resgatados.
Um ano antes, cinco ocupantes de um helicóptero da BHS morreram quando o aparelho se aproximava do navio de apoio Toisa Mariner, também na bacia de Campos. O helicóptero atingiu o mastro da embarcação e caiu na água, afundando em seguida.
O pior acidente aéreo do Estado do Rio também está relacionado à indústria petrolífera do litoral norte do Estado. Em 31 de março de 2006, um bimotor da companhia de aviação Team, com 17 passageiros e dois tripulantes, chocou-se contra o pico da Pedra Bonita, a 600 metros de altitude, na serra da Castelhana, em Rio Bonito (cidade a 75 km do Rio).
Todos os 19 ocupantes do avião morreram. Eles tinham embarcado em Macaé, com destino ao aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio. A maioria deles era funcionário ou da Petrobras ou de empresas que prestam serviços à estatal na região.
As tragédias aéreas na região remontam a julho de 1984, quando os 18 ocupantes de um avião Bandeirantes da TAM bateu contra o morro São João no município de São Pedro D'Aldeia, na região dos lagos.
Das vítimas, 14 trabalhavam em emissoras de televisão.


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