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PF prende suspeito de chefiar furto ao BC
Antonio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, foi detido em Brasília enquanto comprava pneus para seu automóvel
Furto ocorreu em 2005, em Fortaleza, quando foram levados R$ 164 milhões por meio de túnel escavado sob o Banco Central na cidade
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal prendeu o
principal suspeito de ter articulado o furto de R$ 164 milhões
do Banco Central em Fortaleza
em 2005. Antonio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, comprava pneus para seu automóvel na tarde de segunda-feira,
em Brasília, quando foi detido.
Ao mesmo tempo, em Mato
Grosso, as equipes do delegado
federal Antonio Celso dos Santos, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio da PF, prenderam
Antonio Ferreira e Antonio Rivaldo, apontados como laranjas
de Alemão, pois administravam postos de gasolina e propriedades rurais que, segundo
os investigadores, teriam sido
adquiridas com o dinheiro furtado do BC.
A mulher de Alemão, Rosângela Oliveira, também foi presa
em flagrante sob a acusação de
uso de documento falso. O casal
vivia em Riacho Fundo, cidade-satélite de Brasília. Na casa,
mantinham um cofre secreto,
escavado embaixo do fogão, recoberto com cerâmica e fechado com segredo.
No local, a equipe do delegado Santos encontrou R$ 80 mil,
organizados em pacotes de R$
5.000, em notas de R$ 50, justamente aquelas levadas do
Banco Central em Fortaleza.
Na ocasião, um grupo de 36
criminosos, que teriam sido
reunidos, comandados e organizados por Alemão, cavou um
túnel de 80 metros que deu
acesso à caixa-forte do BC na
capital cearense.
Foram investidos R$ 400 mil
na ação. Havia 12 grupos participantes, segundo o delegado
Santos. Cada um deles saiu com
cerca de R$ 4,924 milhões. "Pelas nossas contas, Alemão ficou
com algo entre R$ 8 milhões e
R$ 10 milhões", diz a PF.
O grupo é majoritariamente
ligado ao PCC, também segundo a PF. Informações colhidas
pela investigação indicam que,
do dinheiro furtado, Alemão
fez chegar à facção pelo menos
R$ 10 mil.
Dos 36 envolvidos, quatro
morreram, 26 estão presos e
seis ainda continuam procurados pela PF, entre eles prestadores de serviços de segurança
para o BC em Fortaleza que
passaram a Alemão informações sobre como chegar à caixa-forte do banco e quanto ao volume de dinheiro disponível na
ocasião do furto.
Do total levado pelos assaltantes, entre bens e dinheiro
em espécie, a PF já recuperou
cerca de R$ 60 milhões. Até ser
preso, Alemão foi seguido em
Brasília durante dois meses.
Em nome de Alemão, a advogada Erbênia Rodrigues negou
o envolvimento de seu cliente
com o PCC e com grupos de crime organizado. Disse ainda
que, sobre o furto, o acusado somente falará em juízo.
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