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Duas crianças morrem soterradas no Guarujá
Chuva provocou desabamento que matou os dois; temporais já causaram morte de cinco pessoas no Estado só nesta semana
Na zona norte de SP, casa em construção cai e mata dois pedreiros; na capital, choveu o equivalente a 30% da média de todo o mês
ADRIANA FERRAZ
MARCELA FONSECA
DO "AGORA"
Duas crianças morreram soterradas anteontem à noite em
razão de um temporal no Guarujá (Baixada Santista). Horas
antes, em São Paulo, a queda de
uma casa em construção causou a morte de dois pedreiros.
As fortes chuvas no Estado já
mataram cinco pessoas nesta
semana -terça-feira à noite,
um idoso foi levado pela enxurrada em Pedro de Toledo (155
km de SP). Em Marília (444 km
da capital), 18 pessoas em um
ônibus e em uma camionete
chegaram a ficar ilhadas na madrugada de ontem.
Nos últimos três dias, a capital teve 52 mm de chuva, 30%
da média de todo o mês de fevereiro. Os temporais devem seguir até a metade de março.
A morte das duas crianças
ocorreu por volta das 18h50,
quando um morro na Enseada
desmoronou e atingiu oito barracos de uma favela. Beatriz
Messias Menezes, 6, e Maikon
Douglas da Silva, 9, estavam na
casa de um vizinho ao serem
atingidos. Eles eram vizinhos.
A chuva no Guarujá deixou
ao menos 270 desabrigados.
No final da tarde de anteontem, no Jardim Esperança (zona norte de SP), a pressão da
água fez desabar a construção
em que os primos Maxwel Santos de Oliveira, 17, e Ednaldo
Ferreira de Lima, 26, trabalhavam. Os dois morreram soterrados por tábuas de madeira e
pedaços de ferro.
Como ninguém viu o acidente, o resgate não foi chamado.
Assim, a morte dos primos só
foi descoberta depois da meia-noite, quando a mãe de Maxwel
resolveu procurá-lo.
"Quando os parentes chegaram e viram que parte da estrutura tinha caído, começaram a
tirar as tábuas e encontraram
os dois já mortos", diz o vizinho
Carlos de Oliveira, 35. "A impressão que deu é que eles tinham se escondido da chuva,
porque estavam sentados."
A casa em construção fica em
um loteamento irregular, e a
obra não fora autorizada pela
Prefeitura de São Paulo.
Ontem à tarde, o corpo de José Peixe Amarante, 82, foi encontrado em Pedro de Toledo.
Ele havia sido arrastado dois
dias antes, ao voltar para casa,
por volta das 23h.
Amarante morreu ao atravessar uma ponte de madeira
que caiu em razão da tempestade. Ele estava com um amigo,
que sobreviveu.
Em Marília, um ônibus de turismo e uma camionete foram
levados pela enxurrada ao tentar passar pela rodovia SP-333.
O rio sob a via transbordou. As
pessoas foram resgatadas de
bote, e ninguém se feriu.
Colaborou a Agência Folha
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