São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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Duas crianças morrem soterradas no Guarujá

Chuva provocou desabamento que matou os dois; temporais já causaram morte de cinco pessoas no Estado só nesta semana

Na zona norte de SP, casa em construção cai e mata dois pedreiros; na capital, choveu o equivalente a 30% da média de todo o mês

ADRIANA FERRAZ
MARCELA FONSECA

DO "AGORA"

Duas crianças morreram soterradas anteontem à noite em razão de um temporal no Guarujá (Baixada Santista). Horas antes, em São Paulo, a queda de uma casa em construção causou a morte de dois pedreiros.
As fortes chuvas no Estado já mataram cinco pessoas nesta semana -terça-feira à noite, um idoso foi levado pela enxurrada em Pedro de Toledo (155 km de SP). Em Marília (444 km da capital), 18 pessoas em um ônibus e em uma camionete chegaram a ficar ilhadas na madrugada de ontem.
Nos últimos três dias, a capital teve 52 mm de chuva, 30% da média de todo o mês de fevereiro. Os temporais devem seguir até a metade de março.
A morte das duas crianças ocorreu por volta das 18h50, quando um morro na Enseada desmoronou e atingiu oito barracos de uma favela. Beatriz Messias Menezes, 6, e Maikon Douglas da Silva, 9, estavam na casa de um vizinho ao serem atingidos. Eles eram vizinhos.
A chuva no Guarujá deixou ao menos 270 desabrigados.
No final da tarde de anteontem, no Jardim Esperança (zona norte de SP), a pressão da água fez desabar a construção em que os primos Maxwel Santos de Oliveira, 17, e Ednaldo Ferreira de Lima, 26, trabalhavam. Os dois morreram soterrados por tábuas de madeira e pedaços de ferro.
Como ninguém viu o acidente, o resgate não foi chamado. Assim, a morte dos primos só foi descoberta depois da meia-noite, quando a mãe de Maxwel resolveu procurá-lo.
"Quando os parentes chegaram e viram que parte da estrutura tinha caído, começaram a tirar as tábuas e encontraram os dois já mortos", diz o vizinho Carlos de Oliveira, 35. "A impressão que deu é que eles tinham se escondido da chuva, porque estavam sentados."
A casa em construção fica em um loteamento irregular, e a obra não fora autorizada pela Prefeitura de São Paulo.
Ontem à tarde, o corpo de José Peixe Amarante, 82, foi encontrado em Pedro de Toledo. Ele havia sido arrastado dois dias antes, ao voltar para casa, por volta das 23h.
Amarante morreu ao atravessar uma ponte de madeira que caiu em razão da tempestade. Ele estava com um amigo, que sobreviveu.
Em Marília, um ônibus de turismo e uma camionete foram levados pela enxurrada ao tentar passar pela rodovia SP-333. O rio sob a via transbordou. As pessoas foram resgatadas de bote, e ninguém se feriu.


Colaborou a Agência Folha


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