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É "fundamental reconhecer" avanço, afirma secretário
Para Paulo Renato Souza, é preciso melhorar a formação dos professores para alcançar bons resultados no sistema
"Ampliação do acesso sempre promove, num primeiro momento, queda na média das avaliações", afirmou o secretário
Eduardo Anizelli - 13.abr.2009/Folha Imagem
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O secretário de Estado da Educação, Paulo Renato de Souza
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Educação de
São Paulo, Paulo Renato Souza,
admitiu que a situação da rede
não é "satisfatória", mas afirmou ser "fundamental reconhecer que os indicadores melhoraram".
Para melhorar o sistema, diz,
é preciso melhorar a formação
dos professores. Abaixo, entrevista exclusiva dada à Folha,
por e-mail.
(FÁBIO TAKAHASHI)
FOLHA - Os dados mostram que
houve melhora na 4ª e na 8ª séries,
mas estagnação no ensino médio. O
foco da secretaria foi a alfabetização?
PAULO RENATO SOUZA - Não. O esforço foi igualmente significativo para atender a todas as séries. No ensino médio, houve
diversificação curricular com
ênfase no preparo para continuidade de estudos e educação
profissional, antiga reivindicação da juventude.
FOLHA - Apesar do avanço na 4ª e
8ª séries, os alunos ainda estão distantes do ideal. O ensino médio, por
exemplo, está com nível de 8ª série.
PAULO RENATO - Apesar de a situação não ser satisfatória, é
fundamental reconhecer que
os indicadores melhoraram.
O Idesp global do Estado [índice que considera notas dos
alunos nas provas do Saresp e
índices de reprovação e evasão]
evoluiu 9,4% em apenas um
ano, o que é significativo.
A análise precisa considerar
os dados conjunturais. Entre
eles: os resultados das provas
de temporários e os dados preliminares do concurso do Programa Valorização pelo Mérito
[que concederá aumento salarial aos melhores] corroboram
a necessidade de formação
mais avançada aos professores.
FOLHA - Em matemática, os alunos
do 3º ano do ensino médio recuaram para patamares de 2007. O que
explica essa queda?
PAULO RENATO - Os dados mostram estagnação no ensino médio. São Paulo é o Estado em
que a universalização mais
avançou no Brasil.
Nada menos do que 86% dos
jovens de 15 a 17 anos estão na
escola, e 69% estão na série
adequada à idade.
A ampliação do acesso sempre promove, num primeiro
momento, queda na média das
avaliações. Mas há, também, dificuldade constatada mundialmente na passagem da aritmética (que lida basicamente com
números) para a álgebra (quando são incorporadas incógnitas
e o universo simbólico da matemática), o que começa a ocorrer
por volta da sexta série.
Para enfrentar essa situação,
a Secretaria da Educação vai
oferecer a todos os professores
de matemática da rede estadual, a partir de março, cursos
com 240 horas de duração.
FOLHA - A união dos grupos "básico" e "adequado" na divulgação
não são uma forma de melhorar artificialmente a situação da rede?
PAULO RENATO - Não. É fundamental entender que o patamar
"básico" é suficiente. Considera-se desempenho suficiente o
domínio das habilidades e conteúdos do currículo da série.
Por exemplo, em língua portuguesa na quarta série, os alunos realizam tarefas de leitura
mais complexa que envolvem
três aspectos simultâneos: formulação de hipóteses sobre os
significados do texto; reformulação das hipóteses iniciais durante a leitura; e construção de
sínteses parciais.
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