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Expansão de universidades federais tem disparidades
Regiões veem queda de vagas para medicina e engenharia
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo Lula aumentou as
vagas em universidades federais, mas não conseguiu reduzir
as disparidades regionais em
duas áreas estratégicas: medicina e engenharia. Isso é o que
revela uma pesquisa feita pela
Andifes (associação que reúne
os reitores das federais).
O documento traz dados de
53 universidades que aderiram
ao plano de expansão do Ministério da Educação, chamado
Reuni. Eles mostram que o número de vagas oferecidas passou de 122 mil em 2006 para
199 mil em 2010 -alta de 63%.
No entanto, esse crescimento foi desigual. A proporção de
vagas de medicina no Norte e
Nordeste, duas regiões que enfrentam carência de médicos,
caiu de 43% para 40% das vagas
oferecidas em todo o país. Na
engenharia, a queda foi de 40%
para 33% nessas duas regiões.
Para Gustavo Balduíno, secretário-executivo da Andifes,
a situação reflete a prioridade
das universidades à expansão
dos cursos noturnos e de licenciatura, que tem demanda social -o aumento de vagas nessas áreas foi de 101% e 54%.
Olinda Batista Asmar, reitora
da Ufac (federal do Acre), concorda. "Aqui tínhamos um nível de analfabetos muito grande e nossos cursos, durante 30
anos, foram mais voltados à
formação de professores."
Já o curso de engenharia esbarra no grande número de desistentes. "Quando os alunos
arrumam emprego, deixam de
estudar pois o curso é integral."
O MEC disse que o Reuni
ainda está em execução e é um
programa de sucesso por aumentar as vagas, levar universidades ao interior e trazer inovações curriculares às federais.
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