São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Expansão de universidades federais tem disparidades

Regiões veem queda de vagas para medicina e engenharia

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo Lula aumentou as vagas em universidades federais, mas não conseguiu reduzir as disparidades regionais em duas áreas estratégicas: medicina e engenharia. Isso é o que revela uma pesquisa feita pela Andifes (associação que reúne os reitores das federais).
O documento traz dados de 53 universidades que aderiram ao plano de expansão do Ministério da Educação, chamado Reuni. Eles mostram que o número de vagas oferecidas passou de 122 mil em 2006 para 199 mil em 2010 -alta de 63%.
No entanto, esse crescimento foi desigual. A proporção de vagas de medicina no Norte e Nordeste, duas regiões que enfrentam carência de médicos, caiu de 43% para 40% das vagas oferecidas em todo o país. Na engenharia, a queda foi de 40% para 33% nessas duas regiões.
Para Gustavo Balduíno, secretário-executivo da Andifes, a situação reflete a prioridade das universidades à expansão dos cursos noturnos e de licenciatura, que tem demanda social -o aumento de vagas nessas áreas foi de 101% e 54%.
Olinda Batista Asmar, reitora da Ufac (federal do Acre), concorda. "Aqui tínhamos um nível de analfabetos muito grande e nossos cursos, durante 30 anos, foram mais voltados à formação de professores."
Já o curso de engenharia esbarra no grande número de desistentes. "Quando os alunos arrumam emprego, deixam de estudar pois o curso é integral."
O MEC disse que o Reuni ainda está em execução e é um programa de sucesso por aumentar as vagas, levar universidades ao interior e trazer inovações curriculares às federais.


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