Aparelhos com essa nova atribuição começaram a ser instalados em 5 pontos da cidade de São Paulo desde novembro

Motoristas temem injustiça em penalidade de R$ 85; CET diz que analisa cada imagem da fiscalização eletrônica antes de multar

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

"O radar daqui multa por tudo. Se bobear, até se você tropeçar", brinca um camelô vizinho do Hospital São Paulo, na Vila Clementino, zona sul da cidade.
Juliana, que trabalha numa banquinha bem embaixo do aparelho instalado há três meses, conta que essa fama se espalhou depois que um conhecido parou na faixa de pedestres da rua Pedro de Toledo, esquina com Napoleão de Barros.
O equipamento é um dos cinco contratados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) desde novembro com a nova função: multar veículos que invadem a faixa de travessia na mudança do semáforo, infração corriqueira numa metrópole onde os pedestres são as principais vítimas do trânsito.
Essa fiscalização (que já existia em outros lugares do país) também começou em trechos das avenidas dos Bandeirantes, Nações Unidas e Belmira Marin e da esquina da rua Turiassu com avenida Pompeia. Haverá mais três nos próximos dias.
A mais recente função dos radares se incorpora a outras difundidas nos últimos anos e que levaram ao recorde de multas em 2009 -6,25 milhões.
Já existem na capital aparelhos para multar excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio e ao semáforo vermelho, invasão de faixa de ônibus e conversão proibida, por exemplo.
O rigor contra os infratores do trânsito costuma ter a aprovação de técnicos, mas as multas eletrônicas para quem parar na faixa de pedestres (R$ 85,13 mais quatro pontos na carteira) podem motivar polêmicas.
O veículo que ultrapassa a linha de retenção (pintura que delimita a área dos pedestres) já está sujeito a ser autuado por parada na faixa de travessia.
Na esquina da Turiassu com a Pompeia, vizinha ao Shopping Bourbon, parte da faixa de pedestres está apagada.
Ao lado do Hospital São Paulo, um motorista já apontava um argumento (ou desculpa) para contestar uma autuação. "Tem muita ambulância. E se eu tiver que parar na faixa para dar passagem?", questionava José Sebastião de Oliveira, 43.
A principal insatisfação é de quem invade a travessia ao parar no congestionamento -cena constante na Funchal. A CET diz que, por ser um novo radar, analisa cada imagem antes de confirmar as multas -422 já foram aprovadas.


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