São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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Casarões da Brigadeiro enfrentam decadência

Maior parte desses imóveis hoje é tombada pelo patrimônio histórico

Só um imóvel do trecho que vai da 13 de Maio ao viaduto Jaceguai está restaurado; lá funciona um espaço para eventos


VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Construídos na virada do século passado, muitos dos casarões em estilo eclético da avenida Brigadeiro Luís Antônio, no trecho que corresponde ao bairro da Bela Vista, centro de São Paulo, estão em franca decadência.
A maior parte desses casarões hoje é tombada pelo patrimônio histórico. Mas a medida, que por um lado impediu que fossem demolidos para dar lugar a estacionamentos e prédios ou que fossem descaracterizados, não os protegeu da degradação.
Na famosa avenida, na esquina com a rua Santa Madalena, um casarão que abrigava uma escola de inglês está desocupado há três anos.
Nesse meio tempo, foi invadido, desocupado e seu estado de conservação piorou muito. O forro de gesso da cobertura de suas varandas está se soltando, assim como placas do reboco da fachada.
Embora o imóvel esteja em região comercial e valorizada, e possa ser modificado por dentro se a fachada for mantida, ainda não apareceu empresário interessado em pagar R$ 1,7 milhão para ter seu negócio ali.
Bem em frente, mais um casarão tombado. Fechado e à venda há dois anos, está com janelas e reboco deteriorados. Parte do piso térreo já serviu de garagem para o hotelzinho ao lado, hoje também fechado. Casarão e hotel saem por R$ 2,5 milhões.
O número 1.234, com belos gradis em estilo vitoriano nas varandas, também tombado, está fechado e começa a perder a forma. Comerciantes da região dizem que o local abrigou uma clínica.

BALANÇO
A Folha percorreu a avenida e fez um balanço de como se encontram os casarões da Brigadeiro, entre a rua 13 de Maio e o viaduto Jaceguai.
Dos 18 casarões e sobradões encontrados, 9 têm proteção do patrimônio histórico. Onze abrigam comércio e serviços, mas parte foi descaracterizada. Um sobrado permanece original, com uso residencial. Cinco estão fechados e degradados, dois deles à venda.
Além disso, quatro estacionamentos funcionam onde antes havia casarões. Em alguns, gradis em ferro fundido e colunas com capitéis ainda podem ser vistos como ruínas dos antigos imóveis. Apenas um imóvel está completamente restaurado.
É o chamado Castelinho da Brigadeiro, no número 826.
Projetado em 1909, é um raro exemplo de arquitetura residencial em estilo art nouveau na cidade. Permaneceu com placa de aluga-se por cerca de seis anos. Hoje funciona como espaço para eventos.

FOLHA.com
Veja galeria de fotos dos casarões da Brigadeiro
folha.com.br/fg2233


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