São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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Entorno também se degrada, diz professora

Imóveis são de época de menor diferença social

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Bela Vista, onde está a avenida Brigadeiro Luís Antônio, é representativa de uma época em que brasileiros e imigrantes de classes sociais distintas conviviam em um mesmo espaço, e a cisão entre rico e pobre era menor, diz Ana Lúcia Duarte Lanna, historiadora e professora da FAU-USP. Leia trechos da entrevista. (VC)

 

Folha - Qual é a relação dos casarões da Brigadeiro com a história da cidade?
Ana Lúcia Duarte Lanna -
Eles mostram um período de ocupação e do crescimento da cidade, quando, pela primeira vez, tinha influências de origens muito diferentes. A cidade cresce muito, e os casarões começam a ser construídos principalmente no início do século 20.

Qual é o estilo arquitetônico desses imóveis?
São todos de uma ocupação que genericamente se chama de ecletismo. Mas eles são diferentes. Uns são mais imponentes, outros menos.
É um lugar que mostra uma cidade onde as diferenças sociais, o mais endinheirado, o menos endinheirado, o imigrante, a família tradicional, as ordens religiosas, conviviam no mesmo espaço. Não tem essa coisa tão cindida, o lugar do rico e o lugar do pobre.

Por que os imóveis com esse valor histórico não permanecem conservados?
Os estímulos são considerados insuficientes pelos proprietários e o poder público não tem condição e acha que nem teria motivo para restaurar, recuperar e dar uso. O que tombar já é uma discussão complicada. Mas depois, como dinamizar, como garantir o uso, aí é uma questão difícil em qualquer lugar. É uma reforma cara.
Mas eu acho que esse lugar da Brigadeiro é bacana porque tem tantas possibilidades, tantas coisas interessantes, e ele não vai, né? E isso dá uma sensação de degradação não só para o imóvel, mas para o entorno todo.


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