São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2001

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DENGUE

Secretaria da Saúde avaliou risco com base na concentração de focos do mosquito transmissor; há 140 casos registrados

Epidemia é ameaça em 102 cidades do PR

RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Pelo menos 102 cidades paranaenses estão sujeitas a uma epidemia de dengue, número que corresponde a mais de um quarto dos 399 municípios do Estado.
A informação é da Secretaria Estadual da Saúde, que até agora detectou a presença do agente transmissor da doença -o mosquito Aedes aegypti- em 184 municípios.
Em 102 deles é possível ocorrer uma epidemia porque, de acordo com a secretaria, nessas cidades o nível de infestação predial é superior a 1% -ou seja, o mosquito está presente em mais de um em cada cem domicílios visitados-, índice a partir do qual as autoridades sanitárias consideram que existe risco de transmissão da doença.
Este ano, o Paraná registrou 140 casos de dengue -nenhum do tipo hemorrágico. As regiões mais atingidas são noroeste, norte e oeste do Estado.
O caso mais crítico é o do município de Santa Fé (noroeste do Paraná), responsável por quase metade das notificações do Estado -62 casos.
O secretário estadual da Saúde, Armando Raggio, admite que o número de notificações da doença no Estado deverá aumentar nos próximos dias, pois o órgão está intensificando o trabalho de localização de pessoas infectadas.
Segundo o diretor de Vigilância e Pesquisa da secretaria, Nereu Henrique Mansano, a situação do Paraná é preocupante, mas "bem menos grave" do que a do ano passado, quando o número de casos registrados no mesmo período foi de 481.
A secretaria lançou no último sábado uma campanha, veiculada em emissoras de rádio e TV, esclarecendo a população sobre como combater a dengue.
"Sozinho, o poder público não tem como fazer nada. É preciso que a comunidade colabore", afirmou Mansano.

Visitas
Além da campanha, que está sendo veiculada em 143 rádios e 22 emissoras de TV, a secretaria havia adotado outras medidas para combater a doença.
O órgão intensificou o trabalho, feito em parceria com os municípios, de visitas domiciliares para acabar com focos da doença e aumentou a busca dos chamados pontos críticos de incidência do mosquito, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios, locais onde há água parada.
A secretaria lembra que a dengue ocorre "principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo", clima das regiões do Estado mais afetadas pela doença.



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