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Suposto assassino promete se entregar
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA
Odessi Martins da Silva Júnior,
19, o Lombrigão, apontado como
o quarto participante do assassinato do juiz Alexandre Martins de
Castro Filho, prometeu se entregar à polícia. De acordo com o delegado Danilo Bahiense, o advogado de Júnior teria dito que ele
estava com medo de ser morto.
Até a conclusão desta edição, Júnior continuava foragido.
Lombrigão estava preso na Casa
de Custódia de Viana por assalto e
foi solto em 12 de março, 12 dias
antes do assassinato do juiz. Era
réu primário, segundo o presídio.
Ontem, a polícia capixaba informou que a pistola encontrada em
um terreno de Vila Velha é do juiz
assassinado. Segundo a polícia, o
magistrado efetuou pelo menos
um disparo contra os criminosos.
Castro Filho, 32, foi assassinado
a tiros na segunda-feira, em Vitória. Três suspeitos confessaram
participação no crime, na sua versão, de latrocínio (assalto seguido
de morte) -hipótese descartada
pelo secretário da Segurança Pública, Rodney Miranda.
A polícia apresentou ontem o
primeiro indício de que o coronel
reformado da PM Walter Gomes
Ferreira, preso no Acre, seria o
mandante do crime.
Um suposto plano de Ferreira
para matar autoridades do Espírito Santo foi revelado ao Ministério Público em janeiro de 2002 no
depoimento do agricultor Manoel
Corrêa, testemunha nas investigações do crime organizado.
O coronel foi citado anteontem
por Miranda como o principal
suspeito de ser o mandante da
morte do juiz, que atuava com a
força-tarefa do governo federal
contra o crime organizado.
Corrêa foi morto no fim de
2002, duas horas após ser levado
da carceragem da Polícia Federal
para um presídio. O crime motivou a transferência do coronel para o Acre a pedido de Castro Filho. Ferreira é membro da Scuderie le Cocq, grupo acusado de agir
como um esquadrão da morte.
Para seu advogado, Lisandro
Lugon, o indício apresentado
contra seu cliente "põe em dúvida
a capacidade da polícia de impedir o crime, porque já faz muito
tempo que esse depoimento foi
tomado". Ele também questiona a
credibilidade do depoimento de
Corrêa. "Todo mundo sabe que
ele tinha problemas mentais."
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