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Impasse entre Rio e Planalto continua
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO
As divergências entre o governo
fluminense e o Planalto sobre a
proposta de federalização de presídios do complexo de Bangu não
foram superadas na segunda reunião, ontem, do Núcleo de Coordenação, criado no dia 14 de março para traçar uma estratégia conjunta de combate ao crime organizado no Estado.
Para contornar o impasse, o governo federal propôs construir no
Rio o segundo dos cinco presídios
federais de segurança máxima
anunciados pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A
idéia foi aceita pelos representantes do governo estadual.
Segundo o secretário estadual
de Administração Penitenciária,
Astério Pereira, as obras começarão assim que o governo do Rio
definir o local -um terreno de no
mínimo 45 mil metros quadrados. "Além disso, fechamos a proposta de construção, em médio
prazo, de três outros estabelecimentos prisionais no Estado, com
capacidade para 500 presos cada
um", disse Pereira.
A construção de um alambrado
de proteção de aço, com porta
única, em torno do complexo de
Bangu foi confirmada, mas a Polícia Federal não aceitou controlar
o acesso de funcionários e visitantes. Essa tarefa caberá ao governo
estadual. O custo do alambrado
será de R$ 700 mil e será coberto
pelo governo federal.
A proposta original do Ministério da Justiça era federalizar o presídio de Bangu 1, com capacidade
para 48 presos. O Estado não aceitou e ofereceu Bangu 3, com mais
de 800 detentos.
Outro ponto discutido foi o
apoio das forças federais no combate à entrada de armas de fogo
no Rio. Segundo o presidente do
Instituto de Segurança Pública do
Rio, coronel Jorge da Silva, as polícias estaduais não dão conta da
tarefa sozinhas.
As autoridades estaduais voltaram a afirmar que os R$ 40 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública prometidos ao Rio
são insuficientes. O aumento dessa verba, no entanto, foi descartado pelo governo federal, que sugeriu ampliar o apoio financeiro
com medidas pontuais.
Uma dessas medidas será a criação do curso de pós-graduação
em tratamento penal e gestão prisional, que será executado com
verbas federais e em parceria com
a Universidade Federal do Rio.
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