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Política de drogas segue indefinida
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto o país se assusta com
o crime organizado, o governo
Lula ainda não conseguiu definir
sua política de drogas e de segurança pública. A observação foi
feita por especialistas no debate
"A Construção de uma Política
Pública de Drogas no Novo Governo", ontem, na Assembléia Legislativa de São Paulo.
Entre os organizadores estavam
representantes das universidades
federais de São Paulo e da Bahia,
do Instituto de Ciências Criminais Giovanne Falcone, da Rede
Brasileira de Redução de Danos e
de entidades de direitos humanos. O debate reuniu cerca de 80
representantes governamentais,
não-governamentais e especialistas em drogas, entre eles o porta-voz da Associação Paulista de Medicina nessa área.
A indefinição da política revela
uma divisão no governo. A maioria dos participantes do encontro
de São Paulo não foi convidada
para o seminário "Novos Cenários para a Política Nacional Antidrogas", aberto também ontem
em Brasília. O seminário, que termina hoje, é promovido pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), atrelada ao Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência. Enquanto os participantes
do seminário de Brasília querem
que a Senad fique onde está e como está, o grupo reunido em São
Paulo quer que a secretaria mude
de nome e passe a integrar a Secretaria da Justiça. "É o que prevê
o programa de governo do PT, de
cuja elaboração muitos de nós
participamos", diz Walter Maierovitch, juiz aposentado e que primeiro dirigiu a Senad.
"Defendemos uma política de
drogas humanizada, voltada para
a prevenção e a saúde, não um
modelo militarizado e repressivo", disse Fábio Mesquita, coordenador de DST-Aids da Secretaria Municipal da Saúde São Paulo.
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