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PREJUÍZO
Vendedora de picolés se arrependeu de deixar área de risco em Manaus
Moradora tenta desfazer negócio
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Participante do Prosamim, a
vendedora de picolés Marilda
Teles Batista Cardoso se arrependeu de trocar uma área de
risco no igarapé da Cachoeirinha por uma casa na zona leste
de Manaus. Pelo negócio, intermediado por um corretor, ela
recebeu um bônus de R$ 21 mil.
"A casa [para onde mudou] tem
14 rachaduras, quando chove o
esgoto que fica atrás inunda tudo. Ele [o corretor] ficou com
um bom dinheiro porque a casa
foi vendida por R$ 14 mil, mas
no papel é R$ 21 mil", diz Marilda, que tentou desfazer a transação com o corretor Valter Araújo e a Suhab. Não conseguiu.
Aracy Nonata Costa de Freitas, 43, mora há 40 dias com os
oito filhos na sede da Associação dos Moradores do Bairro
Santa Luzia, na Cachoeirinha.
Com a casa desapropriada desde 16 de janeiro, ela ainda não
conseguiu se mudar.
Ela havia assinado um termo
optando pelo bônus-moradia
de R$ 20.999,88, como garantia
para compra de uma casa do
motorista Gilberto da Silva, 43.
O motorista diz que um corretor exigiu R$ 10 mil. "A negociação da casa eu fiz direto com ela
[Aracy]. No dia seguinte, o corretor João Paulo dos Santos me
procurou dizendo que agilizaria
tudo no Prosamim desde que eu
pagasse os R$ 10 mil", afirmou.
Ele disse que pagou o dinheiro
ao corretor, ficou com R$
9.979,88 e deu R$ 1.020 para a
feirante. O corretor ainda vendeu a ele uma casa na zona leste.
Pouco antes de se mudar, Silva
descobriu que a casa era da Suhab e estava em nome de outra
beneficiária do Prosamim.
Outra moradora em apuros é
a aposentada Estelita Maria da
Silva, 85, há 60 anos no local. A
obra de saneamento já chegou à
sua porta e quase todos os vizinhos foram indenizados. Ela insiste em ficar porque não quis
intermediação de corretores,
mas a desapropriação não sai.
Ela diz que o Prosamim quer
pagar R$ 24.600, mas o imóvel
que achou custa R$ 65 mil.
(KB)
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