São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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PREJUÍZO

Vendedora de picolés se arrependeu de deixar área de risco em Manaus

Moradora tenta desfazer negócio

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Participante do Prosamim, a vendedora de picolés Marilda Teles Batista Cardoso se arrependeu de trocar uma área de risco no igarapé da Cachoeirinha por uma casa na zona leste de Manaus. Pelo negócio, intermediado por um corretor, ela recebeu um bônus de R$ 21 mil. "A casa [para onde mudou] tem 14 rachaduras, quando chove o esgoto que fica atrás inunda tudo. Ele [o corretor] ficou com um bom dinheiro porque a casa foi vendida por R$ 14 mil, mas no papel é R$ 21 mil", diz Marilda, que tentou desfazer a transação com o corretor Valter Araújo e a Suhab. Não conseguiu.
Aracy Nonata Costa de Freitas, 43, mora há 40 dias com os oito filhos na sede da Associação dos Moradores do Bairro Santa Luzia, na Cachoeirinha. Com a casa desapropriada desde 16 de janeiro, ela ainda não conseguiu se mudar.
Ela havia assinado um termo optando pelo bônus-moradia de R$ 20.999,88, como garantia para compra de uma casa do motorista Gilberto da Silva, 43. O motorista diz que um corretor exigiu R$ 10 mil. "A negociação da casa eu fiz direto com ela [Aracy]. No dia seguinte, o corretor João Paulo dos Santos me procurou dizendo que agilizaria tudo no Prosamim desde que eu pagasse os R$ 10 mil", afirmou.
Ele disse que pagou o dinheiro ao corretor, ficou com R$ 9.979,88 e deu R$ 1.020 para a feirante. O corretor ainda vendeu a ele uma casa na zona leste. Pouco antes de se mudar, Silva descobriu que a casa era da Suhab e estava em nome de outra beneficiária do Prosamim.
Outra moradora em apuros é a aposentada Estelita Maria da Silva, 85, há 60 anos no local. A obra de saneamento já chegou à sua porta e quase todos os vizinhos foram indenizados. Ela insiste em ficar porque não quis intermediação de corretores, mas a desapropriação não sai. Ela diz que o Prosamim quer pagar R$ 24.600, mas o imóvel que achou custa R$ 65 mil. (KB)


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