São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Ouvidoria apura 2 mortes em megaoperação

Dois casos de confronto entre policiais e supostos suspeitos em operação da Polícia Civil estão sob investigação

GILMAR PENTEADO
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dos três casos que terminaram na morte de suspeitos em São Paulo durante a megaoperação feita pelas polícias civis de todo o país, na sexta-feira, estão sob investigação por suspeita de abuso policial. A polícia paulista, que centralizou a organização das ações, afirmou não ter o número de prisões realizadas no país nem o total de pessoas que permaneceriam detidas depois da operação usada como uma demonstração de força. A Ouvidoria da Polícia de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil iniciaram a investigação de duas mortes ocorridas em supostos confrontos entre policiais e suspeitos -uma na capital e outra no interior.
No Jabaquara (zona sul de SP), um garoto de 16 anos foi morto. Segundo o boletim de ocorrência, ele era traficante e, ao ser abordado, tentou reagir com uma submetralhadora. Moradores da favela Beira Rio, onde o garoto morava, porém, acusam a polícia de matar o jovem quando ele já estava rendido. Segundo uma moradora, que diz ter testemunhado a operação, policiais atiraram no suspeito desarmado. Ele teria implorado para não morrer, segundo a testemunha.
Em Bom Sucesso de Itararé (371 km de SP), na zona rural, Sidnei Dionisio Mendes foi atingido com dois tiros -na perna e no braço. Segundo policiais civis, ele tentou reagir à prisão usando uma enxada. Os três policiais afirmam que não conseguiram contê-lo e tiveram de atirar. Eles dizem também que tentaram socorrê-lo, mas o pneu do carro da polícia furou no caminho. Mendes morreu antes de ir ao hospital. Ele era foragido da Justiça -tinha antecedentes por furto, dano e lesão corporal.
"No primeiro caso, existe testemunha afirmando que houve execução e, no segundo, parece uma cena de filme. Esses casos precisam ser muito bem explicados", afirmou o ouvidor da polícia, Antonio Funari Filho. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, toda morte em confronto envolvendo policiais é apurada. Durante a divulgação da megaoperação, na semana passada, a polícia paulista afirmou que os suspeitos mortos resistiram à prisão.


Colaborou o "Agora"


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