São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Remédio e stent se equivalem, diz pesquisa

Resultado obtido em hospital americano vale para pacientes que não apresentam risco imediato de ataque cardíaco

Estudo mostrou que quem recebeu a prótese cardíaca não viveu mais ou teve menos ataques do que os tratados só com drogas

DO "THE NEW YORK TIMES"

Pacientes que colocam stents para abrir suas artérias não têm benefícios duradouros quando comparados aos que são tratados apenas com medicamentos, segundo pesquisadores anunciaram ontem.
O resultado vale para pacientes que têm doenças cardíacas, mas que estão estáveis, em situações que não são consideradas de emergência.
Os stents são pequenas próteses, como malhinhas de metal, que servem para desbloquear artérias onde formam-se placas de gordura. São colocados por meio de uma angioplastia, quando um cateter é inserido e leva um balão com o stent.
Segundo os pesquisadores do Buffalo General Hospital, nos EUA, pacientes que recebem os stents além de serem tratados com drogas têm melhor fluxo sangüíneo do que os tratados apenas com remédios. Mas eles não vivem mais ou têm menos ataques cardíacos.
A descoberta confirma resultados de pequenos testes. Nesse estudo, porém, os pesquisadores também constataram que vantagens do uso de stent - alívio de dores no peito, falta de ar e outros sintomas de que as artérias estão entupidas- desaparecem com o passar do tempo mesmo que os implantes obtenham sucesso.
Após cinco anos, pelo menos sete entre dez pacientes dos dois grupos ficaram livres de dores de angina, de acordo com os pesquisadores, que revelaram seus resultados no encontro do "American College of Cardiology".
Steven Nissen, o presidente do grupo de cardiologia, considerou o estudo "bombástico".
Os achados aumentam dúvidas sobre o valor de angioplastias e stents, que vem sendo usados por 6 milhões de pacientes no mundo desde 1990.
São realizados no Brasil 35 mil angioplastias ao ano, sendo que 95% envolvem a colocação de stents, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
Estudos têm demonstrado que a angioplastia e o uso de stents podem salvar vidas quando usados durante ataques cardíacos. Mas centenas de milhares de americanos que se submetem ao procedimento a cada ano caem no grupo avaliado na pesquisa clínica que não estão em perigo imediato.
Desde 2002, orientações da American Heart Association e do American College of Cardiology são para usar os procedimentos apenas depois de esforços para tratar os sintomas desses pacientes com drogas.


Colaborou a REPORTAGEM LOCAL


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