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Pesquisa vai mapear a qualidade da merenda
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa nacional vai
mapear a qualidade da merenda nas escolas públicas brasileiras e verificar como anda o estado nutricional dos alunos. O
trabalho, inédito no país, começa no próximo dia 2, custará R$
3 milhões e será financiado pelo governo federal.
A idéia é que o estudo avalie o
Pnae (Programa Nacional de
Alimentação Escolar), criado
na década de 50, e aponte alternativas, se necessário, para
adequar a merenda aos padrões
recomendados hoje para reduzir as doenças ligadas à obesidade, cada vez mais freqüente
entre crianças e adolescentes.
Há dois anos, uma pesquisa
feita em São Paulo com 8.020
estudantes de 10 a 15 anos revelou que 16% estão na faixa de
sobrepeso e 10% são obesos. O
trabalho mostrou que a combinação entre a má alimentação e
a pouca atividade física seria a
principal causa de obesidade,
que expõe crianças e adolescentes a problemas como hipertensão e diabetes tipo 2.
Nos próximos dois meses, serão entrevistados 21,6 mil estudantes do ensino fundamental
de 690 municípios brasileiros.
A pesquisa vai ouvir também
merendeiras, professores e diretores de escolas federais, estaduais e municipais, públicas e
filantrópicas.
De acordo com os organizadores do estudo, será realizada
uma análise dos cardápios, da
sua aceitabilidade pelos alunos
e da adequação do consumo
dos produtos em relação às necessidades nutricionais.
Estado nutricional
As crianças também vão passar por um diagnóstico do estado nutricional e será avaliado o
aspecto da segurança alimentar
-diz respeito ao controle do
alimento, à infra-estrutura e às
condições higiênicas do local
de produção e a distribuição
dos alimentos escolares.
"É importante avaliar o programa de alimentação escolar e
se as recomendações nutricionais estão sendo cumpridas,
com cardápios equilibrados em
energia, proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais, bem
como o estado nutricional desses escolares", disse a presidente da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição), a professora
Andrea Polo Galante, que vai
coordenar a pesquisa.
Financiado pelo Ministério
do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, o projeto envolve ações de várias instituições, como os ministérios de
Ciência e Tecnologia, da Educação e da Saúde, o Consea
(Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional),
o Ibase (Instituto Brasileiro de
Análises Sociais e Econômicas)
e universidades.
O Pnae é o maior e mais antigo programa de alimentação e
nutrição do Brasil, mas nunca
passou por uma avaliação. Seus
recursos são repassados diretamente aos Estados, Distrito Federal e municípios. Em 2005,
os investimentos atingiram
cerca de R$ 1,3 bilhão.
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