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Einstein vai administrar hospital público
Pela primeira vez, Hospital Israelita Albert Einstein gerenciará unidade municipal, com apoio de duas organizações sociais
O hospital municipal, situado em M'Boi Mirim, zona sul de São Paulo, terá orçamento mensal previsto em R$ 5,1 milhões
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na sua história, o Hospital Israelita Albert Einstein vai administrar
um hospital público. A unidade
municipal, localizada em M'Boi
Mirim, região pobre da zona sul
de São Paulo, com uma população de 500 mil habitantes, será
inaugurada no dia 8.
Além do Einstein, participa
da gestão o Cejam (Centro de
Estudos e Pesquisas Doutor
João Amorim), uma OS (organização social) que administra
outras unidades básicas de saúde na região de M'Boi Mirim.
As OSs são entidades geridas
pela iniciativa privada que
cumprem regras estabelecidas
por lei municipal. Para serem
contratadas pela prefeitura, devem comprovar que atuam há
pelo menos cinco anos com
saúde pública.
É o segundo hospital municipal a ser administrado neste
modelo -o primeiro, na Cidade
Tiradentes, é gerido pelo hospital Santa Marcelina. No Estado,
há outros 24 hospitais gerenciados por OSs.
O orçamento mensal da unidade de M'Boi Mirim será de
R$ 5,1 milhões -65% consumidos em folha de pagamento. Os
recursos vêm da Secretaria
Municipal da Saúde.
Sem lucros
A gestão do M'Boi Mirim não
está relacionada aos projetos
de filantropia que o Einstein
desenvolve no município -que
continuarão existindo- e também não trará lucros à instituição, segundo o seu presidente,
Claudio Lottenberg, ex-secretário municipal da Saúde.
Ele afirma que a administração do hospital será "um desafio" e tem por objetivo ajudar o
sistema público na incorporação de políticas de qualidade de
saúde, já desenvolvidas com sucesso no Albert Einstein.
Tudo está planejado para que
o hospital em M'Boi Mirim
-que chama Moisés Deutsch-
tenha o mesmo padrão do Einstein. É assim com o piso, a sinalização especial para deficientes visuais, o heliponto -o único da rede pública- e a padronização de condutas médicas.
Um exemplo é o protocolo de
atendimento ao paciente com
AVC (Acidente Vascular Cerebral) também igual ao do Einstein. O modelo, que prevê condutas diferenciadas desde o
momento da internação, conseguiu reduzir pela metade o
tempo de internação hospitalar
(de 18 para 9 dias) e zerar o índice de mortalidade, que até
2005 era de 11%.
Crivo
Também passaram pelo crivo do Albert Einstein a compra
de equipamentos, a contratação e o treinamento de médicos, enfermeiros e auxiliares de
enfermagem, entre outros.
Segundo Silvio Possa, diretor-geral do M'Boi Mirim, a
unidade, na primeira fase,
atenderá pediatria, ortopedia,
ginecologia e obstetrícia, cirurgia-geral e anestesia. A partir
de julho, vão funcionar a maternidade e a clínica psiquiátrica. O hospital tem três UTIs.
"A participação do Einstein
exemplifica a qualidade dos
parceiros da prefeitura no processo de atendimento oferecido na rede municipal", afirma o
secretário municipal da Saúde,
Januário Montone.
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