São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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entrevista

"Aliviar, alivia, mas por pouco tempo"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para o professor de engenharia da Poli-USP, Cláudio Barbieri, a nova medida estudada pela Prefeitura de São Paulo "pode tirar alguns carros da rua", mas por pouco tempo. (CR)

 

Folha - O que o sr. acha da ampliação do rodízio?
Cláudio Barbieri -
Hoje a gente vive uma situação em que há carro demais na rua e não tem como evitar isso. Quais os motivos? Primeiro, o transporte público não é suficientemente atraente para que a pessoa passe a deixar o carro em casa. Hoje em dia, a pessoa anda de ônibus porque não tem carro.

Folha - Um hora a mais no rodízio fará as pessoas deixarem de andar de carro?
Barbieri -
Há dois casos. Em um, o sujeito passa a sair uma hora mais cedo ou mais tarde. Outro pode ser que pense, "bom, não vou poder sair mais tarde ainda de casa", e acabe desistindo de andar de carro e prefira o coletivo.

Folha - As pessoas não podem acabar comprando outro carro?
Barbieri -
O cidadão que tem mais dinheiro vai pensar em comprar outro carro. Aliviar, alivia, mas nós estamos nos enganando.

Folha - Há outras alternativas a curto prazo?
Barbieri -
As soluções a curto prazo são forçar o cidadão a deixar o carro mais em casa. Aí tem duas categorias, a que proíbe o cidadão de andar -o rodízio- e a que cobra para ele andar -o pedágio urbano. Aparentemente é mais fácil ingerir o rodízio.


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