São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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entrevista

"Não sei qual é o ganho que a cidade tem"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O presidente da ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), Aílton Brasiliense, afirma que o rodízio nunca foi solução definitiva. Segundo ele, em 1997, quando a restrição foi implantada, havia um objetivo claro de "ganhar fôlego" por alguns anos. Agora, ele não vê a mesma clareza. (CR)

 

Folha - Ampliar o rodízio reduz o congestionamento?
Aílton Brasiliense -
O rodízio foi implantado há 11 anos quando a gente tinha uma frota uns 20% menor, todo mundo sabia que não era solução de coisa nenhuma, mas ajudava a reduzir a demanda. A idéia era ganhar um certo fôlego, uns três ou quatro anos. Mas a população reage e parte dela comprou outro carro, depois colocaram uma porção de exceções e nós nunca tivemos os 20% a menos que era o objetivo.

Folha - Qual seria a alternativa?
Brasiliense -
Nós da ANTP defendemos uma porção de ações há 50 anos. Grande transferência de viagens do transporte individual para o coletivo com redes do metrô, recuperação da CPTM, corredores de ônibus muito bem operados, aumento de capacitação e gestão da CET e da SPTrans.

Folha - Então o sr. é contra a ampliação do rodízio?
Brasiliense -
Eu só não sei qual é o ganho que a cidade tem pelo fato de se punir por uma hora a mais de manhã e uma hora a mais à noite. Pode ser que tenha, eu não conheço.


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