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Bombeiros agitam
vilarejo e "as moças"
do enviado especial
A presença de cerca de 400 homens do Exército e bombeiros do
Brasil e da Argentina mudou a pacata vida dos 328 moradores da vila do Apiaú, em Roraima.
No vilarejo, foram montadas as
bases brasileira e argentina de
combate aos incêndios de uma das
regiões mais críticas do Estado. A
presença dos soldados e dos bombeiros agitou a noite da vila, atraiu
olhares das moças do vilarejo, instituiu uma disputa futebolística
entre as "seleções" da Argentina e
do Brasil, atraiu a curiosidade das
crianças, aumentou a venda do
comércio local e até conseguiu reforçar o fornecimento de água e de
energia para a região.
Toda essa mudança de rotina
trouxe, por enquanto, um único
inconveniente, na avaliação dos
combatentes: faltou cerveja nos
três primeiros dias da semana.
"Nesses dias que passamos aqui
nos demos conta de que não há essa rivalidade tão difundida entre
brasileiros e argentinos quando se
trata de futebol", disse o bombeiro
argentino Luis Goenada, autor do
único gol da segunda partida entre
brasileiros e argentinos, realizada
na segunda-feira, na parte que resta do campo que está servindo de
heliporto.
Na primeira partida, os brasileiros venceram por 6 a 3. O terceiro
jogo deve acontecer no fim-de-semana.
Goenada comprava biscoitos no
Bar e Mercearia Almeida, onde o
proprietário do estabelecimento,
Antonio Altevir, 29, não escondia
sua expressão de felicidade por ter
quintuplicado suas vendas desde a
chegada de soldados e bombeiros.
"Antes, eu vendia R$ 100 por dia.
Agora, estou vendendo R$ 500. O
que mais sai são refrigerantes, cerveja e biscoitos", contou Altevir.
À noite, a varanda de sua mercearia fica ocupada principalmente por argentinos, que ficam jogando sinuca e "conversa fora"
com algumas meninas que conseguem "escapar" de casa.
"Esse pessoal trouxe muita alegria para cá. As meninas estão
muito agitadas, mas a gente tem
de controlar, porque adolescente
já viu...", declarou Nádia David
dos Santos, mulher do administrador da vila.
(ANDRÉ LOZANO)
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