São Paulo, sexta, 27 de março de 1998

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Médico é ameaçado de morte no Rio

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

O diretor do Hospital Estadual Carlos Chagas, Celso Bastos, é o mais novo médico em cargo de chefia sob ameaça de morte no Rio de Janeiro.
Há três dias, o hospital, em Marechal Hermes (zona oeste do Rio), foi invadido por um médico armado com um revólver. Ele avisou que mataria o diretor, responsável por seu afastamento da unidade, há 60 dias, supostamente por faltar ao serviço.
O médico acabou sendo dominado por vigilantes do hospital.
O nome do médico é mantido em sigilo pela polícia. Ontem, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Luiz Tenório, pediu proteção para Celso Bastos à Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Mortes
De novembro de 1996 até ontem, pelo menos cinco médicos, enfermeiros e administradores de hospitais foram assassinados no Estado do Rio.
O último caso de morte ocorreu no dia 16, quando o diretor administrativo do Hospital Central do Corpo de Bombeiros, Walter Oliveira dos Santos, foi assassinado quando ia para o trabalho. Ele foi baleado.
Em 10 de dezembro do ano passado, o chefe da radiologia do Hospital da Posse (Nova Iguaçu, cidade na Baixada Fluminense), José Luiz Madrid, foi baleado.
Madrid morreu cinco dias depois. O crime não foi esclarecido pela polícia.
Para o presidente do sindicato, a morte de Madrid tem relação com uma tentativa de homicídio praticada em 15 de agosto de 97 contra o então diretor do Hospital da Posse, João Piloto
Mesmo baleado seis vezes, Piloto sobreviveu ao atentado.
O sindicato também relaciona as mortes do médico Rogério Couto (em 96), do diretor da Associação de Caridade São Francisco Xavier, Severino de Faria, e do enfermeiro Guaraci Barbosa (ambas em 97) como praticadas por pessoas incomodadas com investigações administrativas que estavam sendo conduzidas por esses profissionais.



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