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EDUCAÇÃO
Estudantes de 9 Estados acertaram em média um terço da prova de português; ministro quer investir na qualidade
Avaliação do MEC mostra 2º grau "sofrível"
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Exame realizado em novembro
de 97 mostrou um desempenho
"sofrível" dos concluintes do 2º
grau, na avaliação do ministro da
Educação, Paulo Renato Souza.
Em língua portuguesa, os estudantes acertaram em média apenas um terço das questões da prova, e em matemática, menos que
isso.
O MEC aplicou a prova a pedido
das secretarias da Educação de nove Estados, com o objetivo de avaliar as escolas.
Participaram 429,7 mil concluintes do ensino médio do país
(37% do toral), majoritariamente
da rede pública, que estudam em
São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia,
Goiás, Pernambuco, Paraná, Rio
Grande do Norte, Rondônia e Sergipe.
Eles fizeram provas de português, matemática, física, química
e biologia e responderam a um
questionário socioeconômico e
cultural. Foram 30 questões de cada disciplina.
Das 30 questões de língua portuguesa, a média de acerto dos alunos do turno diurno foi de 11,98,
ou seja, 40% da prova.
No turno noturno, a média de
acerto cai: 10,02, ou 33% da prova.
Em matemática o desempenho é
ainda pior. Em média, os alunos
que estudam durante o dia acertaram apenas 27% da prova (média
de 8,06). Os que estudam à noite
acertaram em média 26% das
questões (7,78).
Segundo o Ministério da Educação, ainda não está pronta a análise de desempenho das demais disciplinas.
"Não há surpresa em relação ao
desempenho, porque nós detectamos, por meio da pesquisa que fizemos no sistema de avaliação do
ensino básico, que havia problema
no 2º grau, que o 2º grau estava
tendo um desempenho acadêmico
sofrível, e é isso que esse exame
mostra claramente", disse o ministro da Educação.
Sofrível
"Os alunos do 2º grau estão com
uma formação sofrível. Nós estamos com acerto médio em português de cerca de um terço das perguntas, e em matemática, abaixo
disso. Nós temos que investir muito mais nas questões que têm a ver
com qualidade", afirmou Paulo
Renato (leia texto nesta página).
Foram aplicadas três provas,
que se diferenciaram pelo turno.
Todos os concluintes dos nove Estados que estudam de manhã fizeram a mesma prova.
Os que estudam à tarde fizeram
uma prova diferente da aplicada
pela manhã, assim como os da
noite.
As três provas eram equivalentes
entre si.
O grau de dificuldade do exame,
segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), era médio.
Em português, havia uma questão difícil, 20 de dificuldade média
e nove fáceis.
Em matemática, foram duas
questões difíceis e 28 médias.
Dificuldades
"Em português, as dificuldades
mais frequentes referiam-se a analisar a progressão temática e estratégia argumentativa dos textos
propostos. Foi problemático também realizar "operações linguísticas envolvendo a forma e construção de sentido e estabelecer relações de intertextualidade entre
dois enunciados", diz relatório sobre o exame.
Em matemática, "os conteúdos
que ofereceram maior obstáculo
aos alunos foram números complexos, aplicação dos princípios
fundamentais de contagem em
análise combinatória e probabilidade, distância entre dois pontos
no plano, representação de circunferência no plano e relações
trigonométricas".
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