São Paulo, sexta, 27 de março de 1998

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Pesquisa tem verba cortada

da Sucursal do Rio

Centro de referência no estudo da dengue no Brasil, o laboratório de Virologia do IOC (Instituto Oswaldo Cruz), no Rio, tem parte de suas pesquisas sobre diagnóstico da doença prejudicadas por causa de um corte de orçamento feito pelo Ministério da Saúde.
Segundo o chefe do Departamento de Virologia do IOC, Hermann Schatzmayr, desde 96 o ministério fez um corte de R$ 60 mil anuais nas verbas enviadas à instituição. O IOC é ligado à Fundação Oswaldo Cruz, um dos principais centros de pesquisas em vacinas do país. Hoje, o produto utilizado no teste Elisa -que identifica o vírus- é importado dos EUA e de Cuba. Uma caixa com material para 46 testes custa cerca de R$ 1.200.
"Não sei de quanto seria a economia que o país faria caso conseguíssemos finalizar esse produto", afirma Schatzmayr.
O laboratório faz testes de diagnóstico de dengue para o Rio, ES e outros Estados.
Ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Schatzmayr, 61, trabalha na instituição há 39 anos e é virologista. Em 86, foi o primeiro cientista a isolar o vírus da dengue no Rio.
Schatzmayr disse que a falta de inseticida certamente influenciou o aumento do número de casos, mas afirmou que a doença poderá ser superada.
"Se o governo retomar com toda a força o plano de erradicação do Aedes aegypti, que previa verbas anuais de R$ 1 bilhão para o combate à dengue, acho que será possível sair da epidemia. Em 86 e 95, tivemos situações piores."



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