FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

Um fax enviado no dia 9 de janeiro pela superintendência regional da FNS (Fundação Nacional de Saúde) no Rio à presidência do órgão em Brasília alertava sobre o risco de epidemia da doença no Estado por falta de inseticida.
O superintendente da FNS no Rio, Ronaldo Bento, disse que o estoque de inseticida líquido -utilizado nos carros fumacê- está zerado no Estado.
O único inseticida líquido disponível é o que está nos distritos sanitários e, segundo Bento, só durará até o final desta semana. "Precisamos de uma reposição imediata."
Até o final da semana passada, tinham sido notificados 4.026 casos de dengue em todo o Estado. Na região do Médio Paraíba, a Secretaria de Estado de Saúde reconhece situação de epidemia em nove municípios.
Ontem, a Secretaria Municipal da Saúde confirmou o estado de epidemia no município do Rio, com mais 23 casos notificados nas últimas 24 horas. Em março, foram notificados 267 casos da doença na cidade.
No Rio, o estoque de inseticida ficou zerado de agosto a outubro de 97, e a superintendência regional enviou vários ofícios a Brasília sobre o problema. Só em janeiro 18 tambores foram liberados para o Rio. O ofício enviado em janeiro também pedia a liberação de R$ 15 milhões para compra de inseticida e informava sobre o "péssimo estado" dos carros utilizados no trabalho de borrifo.
Depois desse ofício, foi liberada uma verba de R$ 14 milhões em larvicida (veneno para matar os ovos do mosquito transmissor da dengue). Graças a essa verba, o estoque de larvicida no Rio é suficiente para mais três meses.
No dia 24 de março, Bento enviou novo ofício a Brasília solicitando compra de mais 50 mil litros de inseticida líquido para o Rio. Somente anteontem a FNS liberou novos recursos -R$ 1,6 milhão- para o Rio. Com a confirmação de epidemia na capital, o prefeito Luiz Paulo Conde (PFL) autorizou ontem a liberação de verba.



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