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Jovem de hoje sabe mais o que faz, afirma ex-ministro do Supremo
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), advogado Carlos Velloso, 71, é a
favor da redução da maioridade
penal. Segundo ele, hoje, os jovens sabem o que fazem, mas,
muitas vezes, acabam sendo
acobertados pela inimputabilidade. Para ele, a questão ainda é
vista com muito paternalismo.
Velloso também concordou
com outro ponto do projeto
aprovado ontem, que prevê que
jovens infratores cumpram penas em prisões específicas.
FOLHA - O senhor é a favor da redução da maioridade penal?
CARLOS VELLOSO - Sempre achei
que essa questão é tratada com
certo paternalismo. Em 1942
[data do Código Penal], um jovem de 16 anos tinha pouca informação. Hoje, em 2007, um
jovem da mesma idade tem
vastíssimas fontes de informação. É alguém capaz de saber se
o que faz é certo ou errado.
FOLHA - E se fizer algo errado, como deve ser a punição?
VELLOSO - Deve ser punido adequadamente, com penas de
acordo com cada crime. E esse
projeto [aprovado na CCJ do
Senado] é adequado. Penso,
apenas, que é fundamental ter
prisões projetadas especialmente para esses jovens detentos, para que fiquem separados.
FOLHA - Por quê?
VELLOSO - Para que eles sejam
preservados dos detentos mais
velhos e de suas más influências. Tendo em vista as tendências homossexuais de muitos
presos mais velhos, os mais novos acabam sendo vítimas e se
tornando mais violentos.
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