|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para presidente da Febem, não há sequer meios de cumprir proposta
DA REPORTAGEM LOCAL
A presidente da Fundação
Casa (antiga Febem), Berenice
Gianella, afirmou ontem à Folha ser "totalmente contra" a
proposta de redução da maioridade penal. Ela prevê que, se a
mudança aprovada na CCJ do
Senado saísse do papel, não teria, pela situação atual, sequer
condições de ser cumprida.
"Provavelmente eles [jovens
acima de 16 anos] seriam misturados aos demais presos, até
porque não dá para construir
novas unidades de uma hora
para a outra", disse Gianella,
em relação à previsão de que os
adolescentes ficassem separados dos demais presos adultos.
A presidente da antiga Febem também declarou que a
redução da maioridade penal
"não vai resolver os problemas
da criminalidade". "Os jovens
de 16 e 17 anos já têm como receber suas penas fora do sistema prisional. Não precisam ficar soltos nem impunes. Mas
querer jogá-los mais cedo [nas
prisões de adultos] não adianta, não resolve nada", disse.
Gianella também afirmou
ver inconstitucionalidade na
forma de encaminhamento do
tema e sua aprovação na CCJ.
"É uma cláusula pétrea da
Constituição. É uma questão
jurídica que não pode ser alterada assim, por emenda constitucional", avaliou.
Além de ser presidente da
antiga Febem -atual Fundação Casa-, Gianella também já
dirigiu, entre os anos de 2000 e
2005, a Funap, fundação ligada
à Secretaria da Administração
Penitenciária do governo de
São Paulo e que desenvolve
programas sociais para presos
e ex-detentos.
Texto Anterior: Jovem de hoje sabe mais o que faz, afirma ex-ministro do Supremo Próximo Texto: CNBB e OAB fazem críticas à redução da maioridade Índice
|